Por Thomás de Paula
Com a Páscoa se aproximando, consumidores têm enfrentado um aumento significativo nos preços dos ovos de chocolate. A alta nos preços tem sido impulsionada por uma combinação de diversos fatores econômicos, como a inflação, escassez de insumos essenciais e a alta nos custos de produção, incluindo o aumento nos preços do cacau.
Segundo um levantamento realizado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), o preço dos ovos de Páscoa teve um aumento de em média 9,5% em relação ao ano passado, enquanto outros produtos de chocolate também tiveram aumento significativo no preço, como as barras de chocolate que tiveram um aumento de 27% e os bombons com 13,6% neste mesmo recorte.
De acordo com a economista Sonia Vilela, a principal causa deste aumento nos custos de produção do chocolate é a baixa oferta mundial de cacau, causada pelo calor intenso e pela seca em diversas regiões produtoras de cacau, como a Costa do Marfim, Gana, e o Brasil.
Segundo a economista, existe uma previsão para redução de preços no futuro: "A previsão é de uma redução de cerca de 30%. Mas vai ser uma redução pouco relevante sobre a alta dos preços já ocorrida. O aumento da oferta que deverá ocorrer até 2029 colocará o mercado em equilíbrio" disse Sonia, que acrescentou: "Porém, não haverá um retorno aos preços praticados antes de 2023, pois temos a rigidez dos preços".
Alternativas
A economista sugere que os consumidores busquem substituir os tradicionais ovos de Páscoa como uma forma de economizar, trocar os ovos de chocolate por bombons ou barras de chocolate pode resultar em uma economia significativa nos gastos nesta Páscoa. Para economizar, diversos consumidores têm recorrido aos ovos de chocolates caseiros e artesanais, ao invés dos produtos de grande empresas.
De acordo com Gabriel Carraro, da confeitaria Doce Recheio, de Volta Redonda, a alta nos preços do cacau também tem impactado empreendedores da região.
"Como a base de Páscoa é quase 100% voltada ao chocolate é impossível não sentir o impacto desse aumento na hora de calcular os custos de produção. E não é só o cacau que impacta, tivemos um aumento médio de 23% comparado ao ano passado, tendo em vista embalagens, cacau e outros insumos", disse o empresário.
Segundo Gabriel, a sua empresa precisou realizar um reajuste nos preços graças ao aumento nos custos de produção, mesmo assim, ele busca contornar o aumento nos custos: "É inviável replicar os preços do ano passado. Todos os insumos tiveram aumento. Uma alternativa que sempre utilizo é comprar os insumos antes de chegar perto da data comemorativa. Como são insumos que duram, dá pra se adiantar e pagar 'mais barato'. As compras da Páscoa eu fiz no final de janeiro, com isso, eu consigo pegar bastante coisa com preço bom", explicou Gabriel.
No entanto, o empresário tem boas expectativas para a Páscoa deste ano: Neste ano investi alto em embalagens personalizadas e também presenteáveis. Acredito que dessa forma os clientes não 'reparem' tanto no preço e acabem comprando por ser bem produzido. A Páscoa é muito mais voltada para presentear alguém que ama do que literalmente comer chocolate. Minha expectativa e também a procura por nossos produtos está bem alta", concluiu.
