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Velho Oeste em cores de Almodóvar

Ethan Hawke e Pedro Pascal atuam juntos em 'Estranha Forma de Vida' | Foto: Divulgação

Por Rodrigo Fonseca

Especial para o Correio da Manhã

Nas duas vezes em que conquistou o Oscar, Pedro Almodóvar faturou cifras astronômicas com os melodramas que Hollywood laureou: "Tudo Sobre Minha Mãe" (1999) arrecadou US$ 67 milhões e "Fale Com Ela" (2002) contabilizou US$ 64 milhões. Na última década, seus cults não arrecadaram tanto, mas ainda assim, impressionaram exibidores, vide os US$ 37 milhões que "Dor e Glória" embolsou em 2019. O mais recente, "Madres Paralelas", que aqui estreou na Netflix, contabilizou, no exterior, uma receita de US$ 23 milhões.

Por isso, e por toda a fama amealhada pelo cineasta manchego ao longo de 49 anos de carreira, é alta a expectativa em torno da estreia de "Estranha Forma de Vida" ("Strange Way of Life") em telas nacionais, hoje. Adquirido já pela MUBI, para ocupar lugar de honra em sua plataforma digital, o faroeste queer do diretor de "Mulheres À Beira de Um Ataque de Nervos" (Melhor Roteiro no Festival de Veneza de 1988) tentará a sorte em circuito exibidor neste fim de semana. Como se trata de um curta de meia hora, ele chega aqui acompanhado de uma entrevista com Almodóvar, que já prepara uma versão longa com os personagens vividos por Ethan Hawke e Pedro Pascal.

"Dizem recorrentemente que o faroeste morreu, mas, nos últimos anos, eu vi pelo menos três grandes exemplares do gênero, todos dirigidos por mulheres: 'The Rider', da Chloe Zhao; 'Ataque dos Cães', de Jane Campion; e 'First Cow', da Kelly Reichardt. São todos westerns, e bons, mas estruturados a partir de uma nova mirada. Nas séries o filão também se manifesta com 'Yellowstone'. O que eu tentei nesse curta foi conversar com a tradição", disse Almodóvar em Cannes, quando a produção causou alvoroço.

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