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Após tributo a Gal Costa, Assucena dá sequência à carreira solo e estreia como compositora em 'Lusco-Fusco'

| Foto: Natalia Mitie/Divulgação

Inspirada pelas paisagens coloridas que pintam o céu durante o lusco-fusco e pela diversidade de gêneros e estéticas que compõem a música popular brasileira, a cantora Assucena trouxe ao mundo seu primeiro álbum solo e autoral, "Lusco-Fusco", marcando sua estreia como compositora.

Com produção musical de Pupillo e Rafael Acerbi e direção artística da própria Assucena e da cantora Céu, o álbum de dez faixas foi construído narrativamente a partir do degradê de cores, luzes, emoções e temáticas que marcam as transições do dia para a noite e da noite para o dia.

As transformações que permeiam sua história pessoal e seu universo particular na condição de mulher trans foram as matéria-prima para este trabalho que expõe a diversidade de brasis e convida o ouvinte a sentir e refletir amor e afeto de forma política. "A ideia foi falar sobre os mais diversos processos de transição: no amor, na vida, no que se refere às identidades de gênero, às descobertas do mundo, aos ciclos da vida", explica a artista baiana.

As faixas têm participações especiais como a percussão e o cavaquinho de Pretinho da Serrinha ("Menino Pele Cor de Jambo"); os teclados e sintetizadores de Hervé Salters ("Nu"); o piano de Rafael Montorfano ("Quase da cor dos seus olhos" e "Reluzente") e o acordeón de Lulinha Alencar ("Enluarada").

E, dentre as dez composições autorais, Assucena divide a parceria de uma delas, "Ad Aeternum", com o cantor pernambucano Paulo Netto. "Meu primeiro álbum autoral trará uma reflexão sobre o Brasil contemporâneo e sobre o meu corpo como território político nessa mátria que tem a brasa como radical de seu nome. Tem como princípio discutir as transições, as transformações, as transmutacões. Nasce de minhas necessidades de comunicar existências, afetos, desilusões e demandas de pessoas trans e travestis", revela Assucena.

 

'Proponho novas linguagens para falar de amor, comportamento e política'

Assucena estreou sua carreira solo em 2021 com um show em tributo a Gal Costa | Foto: Mayra Azzi/Casa Clã

Sobre o processo de construção desse primeiro álbum solo, Assucena diz "questionar e desnaturalizar o que a cultura determinou como natureza". "Proponho, de maneira provocativa, novas linguagens, discursos e estéticas para falar de amor, comportamento e política", pontua, enfatizando que para isso explora um caminho estético sonoro que conversa com nossa tradição e nossa contemporaneidade para apontar a transformação dos espaços, dos tempos e das ideias.

Isso, acrescenta, significa cruzar barreiras musicais e criar metáforas sonoras entre o samba e o rock, entre o blues e o baião, entre o pop contemporâneo e o arrocha. "'Lusco-Fusco' nasce do degradê de cores, sonoridades e narrativas, desse colorido de expressões da minha verdade e da minha identidade. Representa, ainda, a transição e a aurora de uma nova fase artística".

A artista iniciou o processo de lançamento de seu álbum com o single "Menino Pele Cor de Jambo", em novembro de 2022. O segundo single, "Nu", foi lançado na primeira semana de março de 2023; e o terceiro, "A última, quem sabe", no início de setembro.

Depois de seis anos de muitas conquistas como uma das idealizadoras da banda As Bahias e a Cozinha Mineira, incluindo dois Prêmios da Música Brasileira e duas indicações ao Grammy Latino, Assucena iniciou sua carreira solo em 2021 com "Rio e também posso chorar", show-homenagem à Gal Costa que se transformou em um tributo à artista que mais influenciou sua formação artística. Em paralelo ao processo de produção de seu primeiro álbum autoral solo, a artista também estreou no teatro com a peça "Mata teu pai, Ópera-balada", com texto de Grace Passô e direção de Inez Viana, e com a qual foi indicada ao Prêmio Shell de Teatro 2023 como melhor atriz.

E antes das músicas desse álbum, Assucena lançou em 2022 os primeiros singles da carreira solo: a canção autoral inédita "Parti do Alto" e uma releitura-homenagem de "Ela", gravada por Elis Regina há 50 anos.

 

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