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Tropicalista até a alma

Um ano após sua morte, Gal Costa tem a vida e obra apresentada em filme, álbum-tributo e livro que aborda seu papel de protagonismo no movimento tropicalista | Foto: Divulgação

No mês em que a morte de Gal Costa completa um ano, as homenagens e referências à diva da Tropicália estão por toda a parte. A cantora tem parte de sua vida contada no longa "Meu Nome é Gal", de Dandara Ferreira e Lô Politi; e seu repertório é resgatado com rara beleza no álbum "Belezas são Coisas Acesas por Dentro", da cantora trans Filipe Catto. Agora, a pesquisadora carioca Taissa Maia celebra a memória e o legado da cantora baiana em seu primeiro livro, "A todo vapor - O tropicalismo segundo Gal Costa" (Garota FM Books), a ser lançado no próximo dia 27 de novembro, às 19h, na Livraria da Travessa de Botafogo.

O livro entrou em pré-venda na última quinta-feira (9), um ano exato de seu encantamento, nos sites da Amazon, da Livraria da Travessa e da Garota FM Books.

Em direção oposta à do trabalho acadêmico, que debate a atuação de diferentes vozes femininas na construção do movimento tropicalista, o trabalho de Taissa Maia analisa exclusivamente a trajetória da intérprete e a reposiciona como uma expoente da Tropicália, como aquela que deu continuidade ao movimento quando Caetano Veloso e Gilberto Gil se exilaram, em 1969.

"Para investigarmos Gal Costa, precisamos lançar mão de uma nova sensibilidade. Defendo a inteligência do corpo de Gal Costa em cena. Defendo também que a interpretação que ela faz do tropicalismo, o tropicalismo segundo Gal Costa, pode ser observado utilizando imagens e sons. No caso dela, são esses os índices de análise, não manifestos, que seguem determinada forma de discurso crítico, usualmente falado ou textual", explica Taissa.

Em 128 páginas, o livro percorre a vida e carreira de Gal Costa a partir de uma reconstrução de discursos sobre a atuação dela no tropicalismo e uma revisão da importância da artista baiana, seja no contexto desse movimento como na história da música popular brasileira. O ensaio é um dos desdobramentos da dissertação de mestrado "Linda, feia e (des)aparecida: A mulher e os discursos sobre o tropicalismo musical", defendida por Taissa pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em 2021.

"A obra de Gal é uma das mais potentes já produzidas no Brasil. A ideia de que teve sempre alguém por trás dela não me convence. Então, assumi a missão de dar protagonismo à sua voz e vejo que não estou sozinha. Desde então, surgiram outras pesquisas sobre Gal, o filme e uma futura biografia (finalmente!). Quero ajudar a colocá-la no lugar ao qual ela pertence", defende a autora.

"A todo vapor - O tropicalismo segundo Gal Costa" traz orelha assinada pela cantora, compositora e instrumentista Filipe Catto (que tem feito releituras admiráveis dos sucessos de Gal) e convida leitores de diferentes gerações a reconhecerem o legado e o pioneirismo da artista em sua máxima potência e grandiosidade. O livro também será vendido na barraca da Garota FM Books na Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), entre os dias 22 e 26 de novembro.

 

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