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Para conhecer Adélia Prado

Adélia Prado: 'Quero dividir minha alegria com todos os amantes da língua portuguesa, esta fonte poderosa de criação' | Foto: Divulgação

Apoeta Adélia Prado, uma das maiores em atividade no Brasil, foi agraciada na última semana com os prêmios Machado de Assis e Camões. O primeiro é a principal premiação da Academia Brasileira de Letras); e o segundo é o reconhecimento máximo entre os escritores de língua portuguesa.

"Foi com muita alegria e emoção que recebi um telefonema da senhora Dalila Rodrigues, ministra da Cultura de Portugal, me informando que fui agraciada com o Prêmio Camões. Estava ainda comemorando o recebimento do Prêmio Machado de Assis e agora estou duplamente em festa. Quero dividir minha alegria com todos os amantes da língua portuguesa, esta fonte poderosa de criação", disse a autora mineira, de 88 anos.

Nascida em Divinópolis, Adélia leva na bagagem, além de poetisa, os ofícios de professora, filósofa, romancista e contista. Os primeiros poemas foram publicados em jornais da cidade natal e Belo Horizonte.

Os troféus vieram às vésperas de seu próximo lançamento, "Jardim das Oliveiras", que marca seu retorno à literatura depois de mais de dez anos que ela cehegou a classificar como um "deserto criativo".

Confira abaixo uma seleção de obras, em poesia e prosa, que marcaram a carreira da escritora mineira.

BAGAGEM (1976)

O primeiro livro de Adélia Prado foi lido com empolgação por Carlos Drummond de Andrade. Os poemas reunidos nesta obra abordam temas variados como o amor carnal e divino, as cores e dores da vida e o fazer poético. Mas, apesar da diversidade temática, os textos formam uma unidade, marcados pelo estilo inconfundível da autora.

O CORAÇÃO DISPARADO (1978)

O livro vencedor do Prêmio Jabuti se entranha ainda mais na religiosidade, tema que depois se tornou marca de sua obra. Através de poemas míticos, a autora compartilha sua experiência religiosa a partir de vivências de natureza comum.

A FACA NO PEITO (1988)

Este livro é centrado na figura de Jonathan, um personagem que representa Deus, o sexo masculino e a crença religiosa. Jonathan, para a autora, representa a fuga e a eterna busca por realização.

O HOMEM DA MÃO SECA (1994)

Um dos principais trabalhos da autora em prosa, a obra conta a história do casal Antônia e Thomaz. O título faz referência a passagem da Bíblia em que Jesus cura milagrosamente um homem de mão seca, condição que representa a incapacidade humana de dar e receber.

MISERERE (2013)

Neste seu livro mais recente, antes que a autora entrasse num "deserto criativo", Adélia Prado reúne 38 poemas que articulam lembranças de infância, o desejo de desfrutar o presente e incertezas quanto ao futuro.