O circo de Gotham City pega fogo... de novo

Novo filme do Coringa, com Lady Gaga no papel de Arlequina, assalta os holofotes

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Por Rodrigo Fonseca

Especial para o Correio da Manhã

Em meio às comemorações os 85 anos do Batman, com direito a uma estrela na Calçada da Fama para o herói, "Coringa: Delírio a Dois" ("Joker: Folie è Deux") entra em circuito neste fim de semana após uma convulsiva passagem pelo 72º Festival de San Sebastián, no norte da Espanha, onde foi projetado no sábado, como filme surpresa. Desde sua primeira exibição pública, na competição pelo Leão de Ouro de Veneza, no início do mês, o longa-metragem vem rachando opiniões. Há uma certa aura de antipatia hoje em torno de seu protagonista, Joaquin Phoenix, depois de ele ter abandonado (sem dar motivos) o projeto de um drama queer de Todd Haynes às vésperas de sua rodagem começar, gerando um prejuízo milionário. Apesar disso, a expectativa pelo regresso do Palhaço do Crime às telas é das mais fortes, sobretudo pela presença de Lady gaga no elenco.

A cantora e atriz de "Nasce Uma Estrela" (2018) assume o papel da Dra. Harley Quinzel, alter ego da vilã Arlequina, outrora encarnada por Margot Robbie. Phoenix ganhou o Oscar por sua atuação como o psicótico personagem lançado em 25 de abril de 1940 por Jerry Robinson, em triangulação com Bob Kane e Bill Finger. Houve uma estatueta ainda para a trilha sonora da compositora Hildur Guðnadóttir.

O filme anterior desse assassino circense conquistou ainda o Leão de Ouro de Veneza de 2019, dado por um júri presidido pela diretora argentina Lucrecia Martel. Orçado em US$ 55 milhões, o longa - hoje na grade da plataforma MAX, ex-HBO - faturou US$ 1 bilhão e 78 milhões mundo adentro. Espera-se o mesmo dessa parte dois, centrada na paixão de Harley por Arthur Fleck (Phoenix) e seu desejo de enlouquecer tanto quanto ele.

A forte repercussão dos primeiros reclames publicitários da produção da Warner Bros., com direção de Todd Phillips, vem ampliando o público leitor das HQs do vilão, lançadas aqui pela Panini Comics. É o caso da saga "O Homem Que Parou De Rir", assinada pelos artistas gráficos Matthew Rosenberg e Carmine Di Giandomenico e centrada numa onda de caos nos EUA, com foco em Gotham City. Ampliou-se ainda a procura pela série de mangás do Coringa.

Expandiu-se ainda a corrida pelo filme de Phillps no MAX. Nele, dois longas-metragens estão em cartaz na Gotham City em que Arthur Fleck, um aspirante a Jerry Lewis de beira de esquina, transforma-se num estandarte do pavor vestido de palhaço: "Um tiro na noite" ("Blow out"), de Brian De Palma, e "As duas faces de Zorro" ("Zorro, the gay blade"), com o Didi Mocó George Hamilton.

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