ArtRio: a cara da Cidade Maravilhosa
Realizada na Marina da Glória, a feira contou com uma megaestrutura e artes magníficas
Por Pedro Sobreiro
Entre 25 e 29 de setembro, o Rio de Janeiro recebeu a ArtRio 2024. A 14ª edição da feira de arte agitou a Marina da Glória com artes, painéis de debate, um jardim de escultura e oportunidades gigantescas para artistas e colecionadores negociarem peças espetaculares, promovendo a paixão pelas telas e esculturas na Cidade Maravilhosa.
Às margens da Baía de Guanabara, a ArtRio foi dividida em dois pavilhões principais. Para acessá-los, uma ponte retrátil encantou principalmente as crianças, que viam o chão se mover para permitir a passagem dos barcos rumo à marina. E entre eles ficaram localizados os estandes de ativações de patrocinadores. O mais concorrido era o da Granado Pharmácias pois estavam dando uma ecobag gratuitamente, além de permitir que o público fizesse personalização delas com carimbos do artista Paulo Mariotti, conhecido por suas artes feitas com caneta esferográfica e uma visão muito marcante de Rio de Janeiro. Não tinha como dar errado.
Outro destaque foi o estande do RIOGaleão. Em comemoração aos dez anos da gestão, a concessionária do Aeroporto Internacional apostou em uma parceria com o coletivo NegroMuro, que faz um trabalho espetacular ao pintar murais pelo Rio de Janeiro com personagens negros da cultura carioca. A ativação trazia seus principais trabalhos, como o mural do goleiro Barbosa, no estádio de São Januário, e o de Pixinguinha, pintado na lateral do prédio do MIS. Por lá, o público podia ver os esboços e projetos e que levaram à arte final nos muros, um mapa com as principais artes do grupo e itens, como a maquete do prédio do MIS e uma réplica da camisa imortalizada por Barbosa, além de recortes de jornais. E quem passasse por lá ganhava de brinde cartões-postais com as artes do coletivo.
Mas o grande destaque mesmo foram as artes. Dentre nomes consagrados da arte nacional e internacional, os cariocas tiveram acesso a obras de Candido Portinari, Di Cavalcanti, Anita Malfatti e até mesmo rascunhos de Tarsila do Amaral. Da nova geração, os artistas marcaram presença e puderam falar e debater com o público, explicando suas inspirações e dando verdadeiras aulas de arte para os mais curiosos. E isso apenas nas galerias. Ainda houve um palco para debates em larga escala, onde foram debatidos temas como o processo para um artista se profissionalizar, as tendências do meio artístico e até mesmo a grande polêmica do momento: o usa da Inteligência Artificial na arte. Esse debate foi interessantíssimo, porque contou com Clélio de Paula, artista e diretor executivo da Wesense, que foi responsável por um dos projetos mais espetaculares da 'arte tecnológica' dos últimos anos. Ele foi até o Xingu, onde capturou atividades culturais dos indígenas e as preservou por meio de uma tecnologia 3D, retratando essas ações por meio de uma estética que remonta ao pontilhismo. Quem estiver interessado em ver, basta procurar na internet por Xingu Ensemble.