'A inteligência artificial vai transformar os arquivos em sucata'
Papa do cinema documental brasileiro anuncia o lançamento de seu 'Brizola - Anotações para Uma História' para junho e reflete sobre a morte anunciada do arquivo

Ao comemorar seus 75 anos, no último dia 12, já recobrado de uma série de complicações de saúde, Silvio Tendler trouxe o debate sobre a morte anunciada do arquivo - tal qual o cinema documental entende essa palavra -, em meio à hegemonia gradual da Inteligência Artificial. O Correio da Manhã foi atrás do realizador - o papa do cinema documental brasileiro - para descobrir a data de estreia de seu "Brizola - Anotações Para Uma História" (exibido pelo diretor em outubro, no Festival do Rio).
Soube que o lançamento ficou para o final de junho, mas acabou saindo do papo com uma reflexão sobre a reinvenção tecnológica das narrativas de não ficção. Espera-se que a inquietação tendleriana sobre IA já se faça notar, ao menos na forma, em "Justiça em Estado de Exceção", seu próximo documentário. O filme discute o papel do Poder Judiciário e dos meios de comunicação na conjuntura política do país. A quem eles se submetem? À Constituição Federal?
Esse longa completa uma trilogia de Tendler formada por "Privatizações, a Distopia do Capital", de 2014, e "Dedo na Ferida" (Prêmio de Júri Popular na Première Brasil 2017). Trata-se de uma análise do sistema que financia e instrumentaliza um projeto de poder predatório. Continua na página seguinte