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Ecos germânicos

Artistas alemães, holandeses e brasileiros de diversas técnicas e linguagens participam da exposição coletiva em cartaz até 14 de julho na M.Blois Galeria | Foto: Divulgação

A M. Blois Galeria inaugura nesta sexta-feira (28) a exposição "Argus". Realização da Ava Galleria Rio e curadoria de Edson Cardoso, a mostra homenageia os 200 anos da Migração Alemã no Brasil e leva o nome de um velho navio de madeira, com velas e três grandes mastros que, em julho de 1823, trouxe do Porto de Amsterdã, na Holanda, os primeiros imigrantes ao nosso país.

Chegando ao Brasil, teria início um processo que duraria décadas e levaria milhares de europeus ao território brasileiro, exercendo uma ampla variedade de atividades nas áreas de agricultura, indústria, comércio, arquitetura e artes, pertencendo a classes sociais diferentes e desempenhando, assim, um papel importante na configuração econômica e cultural de nosso país, enriquecendo a cultura brasileira com suas tradições, música, gastronomia e literatura.

Entre os artistas convidados a participar da exposição estão os alemães Petra Kollmannsberger, Michael Arantes Müller e Jürgen Eichler; o holandês Adriano Antoine; e os brasileiros Anamaria Vieira, Andréa Brêtas, Amanda Padovani, Amanda Spíndola, Bianca Vidal, Bruca Manigua, Claudia Sperb, Eduardo Valdetaro, Elizabeth Wortsman, Gisele Faganello, Guto Santos, Hanne Hickmann Hansel, Laura Figueiredo-Brandt, Leon, Lukschal, Maurício Piffer, Marlene Blois, Patrícia Falabella, Paula Queiroz, Solange Greco, Yana Purger, Soliveiz e Tavinho Paes.

Hoje, estima-se que existam mais de 5 milhões de descendentes de alemães no Brasil, fazendo dessa comunidade uma das maiores do país. Sua influência é evidente na cultura, economia e sociedade brasileiras, destacando a imigração alemã como um capítulo importante da história nacional, um exemplo de superação e contribuição para o desenvolvimento nacional.

Devido a pressões econômicas, políticas e sociais na Alemanha, muitos alemães deixaram seu país no século XIX. Eles buscavam melhores oportunidades de vida, liberdade religiosa e refúgio de conflitos e instabilidade presentes em sua terra natal. Entre 1878 e 1892, mais 7 milhões de alemães deixaram a Alemanha, sendo que a grande maioria emigrou para os Estados Unidos.

Após a abolição do tráfico negreiro, a imigração europeia aumentou significativamente para suprir a demanda por mão de obra nas plantações de café do Brasil. Além disso, no Sul do Brasil, havia uma necessidade urgente do governo de promover o povoamento da região para estimular o desenvolvimento econômico e consolidar o território, levando, assim, ao oferecimento inicial de terras aos imigrantes alemães.

Os primeiros imigrantes alemães que chegaram ao Brasil durante o reinado de D. Pedro I e se estabeleceram principalmente nas regiões Sudeste e Sul do país. A colônia alemã de São Leopoldo, no Rio Grande do Sul, foi fundada em 1824, marcando o início dessa presença alemã no Brasil.

Duzentos anos atrás, depois de uma viagem de seis meses, o veleiro Argus chegava ao Porto do Rio. A embarcação holandesa trazia para o Império brasileiro 269 imigrantes alemães. O Argus era o primeiro dos quase 40 navios que trariam ao Brasil mais de 11 mil colonos e soldados germânicos até 1830.

SERVIÇO

ARGUS

M.Blois Galeria de Arte (Rua Visconde de Pirajá, 111 - loja E - Ipanema)

De 28/6 a 14/7, de terça a sábado (11h às 12h / 13h às 17h) | Entrada franca