Para marcar os 20 anos da Casa Museu Carlos Scliar, em Cabo Frio, será inaugurada neste sábado (29) a exposição "Os Artivistas: Carlos Scliar e Cildo Meireles", que une, pela primeira vez, a obra desses dois importantes artistas. Artivismo é uma palavra que combina arte e ativismo, ou seja, a arte com uma causa. "O Scliar foi fundamental na minha vida", afirma Cildo sobre o amigo falecido em 2001.
Com curadoria de Cristina Ventura, coordenadora da casa museu, serão apresentadas cerca de 30 obras, sendo algumas inéditas, que cobrem um período que vai desde a década de 1940 até 2021. Completam a mostra obras participativas, inspiradas nos trabalhos dos dois artistas.
"A ideia é provocar no espectador um convite á reflexão, instigada pela atualidade das questões tratadas pelos artistas em suas obras. Temas como: crimes de estado, meio ambiente, guerra, valor monetário, entre outros. Nosso propósito é que a pessoa pense sobre o seu papel no mundo de hoje", diz a curadora.
Com trajetórias diversas, Carlos Scliar e Cildo Meireles se conheceram em 1966. "A partir do nosso primeiro encontro, onde mostrei meus desenhos, ele se interessou em mostrar esses trabalhos para alguns colecionadores e a partir daí praticamente me financiou. Sempre foi uma pessoa de uma generosidade muito grande, não só no meu caso, mas também com outros artistas jovens que estavam iniciando. Ele era uma pessoa de um entusiasmo intrínseco, estava sempre incentivando, sempre apoiando. Sou um grande admirador dos desenhos do Scliar, acho que ele era um desenhista dos mais talentosos do Brasil, verdadeiramente sensível", afirma Cildo", conta Cildo Meireles. Os dois foram muito amigos durante toda a vida e, em diversos momentos, tratam de questões similares em seus trabalhos, como no período da ditadura militar. Continua na página seguinte