Dante, o pai de uma família diversificada
Escultor e bonequeiro carioca está por trás de criativos bonecos e máscaras usados no teatro, audiovisual, carnaval e até em desfiles de moda
Imagine alegorias dos desfiles das escolas de samba, bonecos ou máscaras que enriquecem montagens teatrais ou um diabinho em miniatura que deu o que falar na tevê brasileira. Por trás dessas obras está o escultor e artista plástico Dante, que se destaca no universo das artes visuais com seu talento, criatividade e versatilidade para trabalhar com mídias diversas, conectando realismo e sonho em suas criações.
Nascido e criado em Realengo, na zona oeste, o artista desenvolveu desde a infância uma relação estreita com a modelagem e a escultura. Hoje, é um dos nomes mais requisitados no mercado de bonecos articulados e máscaras, com criações presentes no teatro, no audiovisual, na moda e no carnaval.
Formado em Desenho Industrial pela Universidade Gama Filho, Dante ganhou projeção ao vencer o concurso "Rio Novos Designers" com um filme em stop motion. A experiência o levou a aprofundar seus estudos na Saint Martin College of Art and Design, em Londres, onde aprimorou suas técnicas e expandiu seus horizontes artísticos. Sua obra se destaca pela ausência de interferência tecnológica - cada peça concebida artesanalmente.
Essa maneira de trabalhar encontrou ressonância nas artes cênicas e Dante se consolidou no teatro ao criar bonecos e máscaras para espetáculos premiados. Em "Marina", da Cia Pequod, suas criações foram essenciais para que a peça recebesse o Prêmio Shell de Teatro em 2015. Já em "Gritos", da Cia Dos à Deux, os bonecos abordavam temas como transexualidade e refugiados, reforçando o caráter social do trabalho. Em "Preto", da Companhia Brasileira, criou máscaras hiperdimensionadas que ampliavam a expressividade dos atores no palco. Mais recentemente, em "Azul", da Artesanal Cia de Teatro, suas criações ajudaram a dar vida à narrativa sobre o espectro autista na infância, espetáculo que recebeu os prêmios APCA e APTR.