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Arte que explora limites

Os trabalhos reunidos na mostra sondam os limites de um corpo que a artista explora com artefatos associados a um fazer artesanal: linhas, agulhas, teares, pregos | Foto: Divulgação

A exposição "Até Onde Marca", da artista plástica Mariana Katona, leva ao Centro Cultural Correios RJ 21 trabalhos com técnicas variadas, buscando transmitir ao público uma instigante pesquisa sobre o corpo, como instrumento de expressão artística, com curadoria de Francisco Camêlo.

Ao longo de mais de uma década de sua trajetória, Mariana tem se dedicado a dar forma às suas inquietações sensíveis e conceituais, utilizando uma diversidade de materiais, técnicas e suportes.

Artista de uma linhagem que utiliza o corpo como instrumento, Mariana Katona revela sensações de estranhamento e desenraizamento, refletindo memórias pessoais e familiares em seus trabalhos. Explorando o corpo e acumulando marcas, fricções e inscrições na pele, suas séries sugerem uma composição de paisagens que lembram teares à espera de serem desenrolados e tecidos.

Além disso, dialoga com a tradição feminina da costura em contraposição ao peso do martelo, reconstruindo memórias e sugerindo relações entre o silêncio do bordado e o ruído do rasgo. Ao trabalhar com fios, linhas, pregos e peles, seu corpo machucado pulsa e indica que marcar pode ser uma outra forma de escrever.

"Percorrendo a exposição, os visitantes podem acompanhar os processos de criação de Mariana Katona, sua seleção meticulosa de materiais, seus gestos precisos e as relações que tece entre os trabalhos, revelando a dedicação da artista tanto em dar corpo às inquietações que a movem, quanto em fazer o espectador sentir a força e a dor de um corpo que cria, machuca e poetiza", diz o curador Francisco Camêlo.

"Como indica o título da exposição, os trabalhos, aqui reunidos, sondam os limites de um corpo que a artista explora, em suas minudências, com artefatos associados a um fazer artesanal: linhas, agulhas, teares, pregos. O trabalho de Mariana Katona com marcas na pele começou por volta de 2009, quando ela residia no Rio de Janeiro, onde ocorreram seus primeiros trabalhos com o próprio corpo, enquanto suporte para inscrições mais diversas", acrescenta o curador.

SERVIÇO

ATÉ ONDE MARCA

centro Cultural Correios RJ (rua Visconde de Itaboraí, 20 - Centro)

até 6/7, de terça a sábado (12h às 19h)

Entrada franca