Por: Rodrigo Fonseca | Especial para o Correio da Manhã

Nota 10 em animação

Veggie Go Round | Foto: Divulgação

Egresso da Malásia, "Veggie Go Round", de Lee Hui Ning, é a típica animação que leva plateias a suspirarem um "Ownnnn!", em uníssono, assim como o teuto-norueguês "I'm Not Afraid!", de Marita Mayer, e o ucraniano "Sunflower Field", de Polina Buchak. Tem filme fofo de tudo quanto é canto do planeta na grade do Anim!Arte, um festival que celebra desenhos, tramas em stop motion, rotoscopia, computação gráfica...

Tudo quanto há pra se animar tem lá. Há umas 300 produções, de 44 diferentes países, na 17ª edição do evento, que está rolando no Rio de Janeiro desde segunda-feira. A maratona fica até 14 de novembro no Estação NET Botafogo, em sessões gratuitas, 0800 total, com sessões de 1 hora e meia às 19h e às 21h de segunda a sexta, e também com projeções nos fins de semana, às 17h e às 19h. Para as escolas, o Estação e o Ponto Cine, o bunker da arte de Guadalupe, abrem exibições exclusivas para estudantes.

Tem coisa muito boa como os franceses "Aurore", de Assous Sabrina, e "Les premiers dinosaures étaient des pommes", de Emma Lafarge; o húngaro "Bardo", de Fiorella Spitzer; o espanhol "La Cucharada", de Miranda Soldevilla; o chileno "Pandemiau", de Nasstia Velásquez Vida; e os americanos "BonBon Voyage", de Emma Ream, e "Chocolate and Flowers", de Damaris Unat Almanza. Esse bonde de curtas - a duração máxima de cada um é de até 15 minutos - está dividido em seis categorias: Culturas do Mundo; Filme Ambiental; Estudantes Universitários Br; Estudantes Brasileiros Mini; Estudantes Internacionais Maxi e Estudantes Internacionais Mini. Entre as escolas de cinema selecionadas se destacam a Ringling College of Art and Design (EUA) e a Estonian Academy of Arts (Estônia). No âmbito nacional, os brasileiros escolhidos, em sua maioria, são de São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Santa Catarina, de universidades como Faculdade Méliès, PUC-Rio, UFBA e UFSC.

"A animação desempenha um papel fundamental na formação do olhar, pois, de forma única e envolvente, ela estimula a criatividade, a percepção visual e a apreciação artística", explica Alexandre Juruena, diretor do festival. "Por meio de sua capacidade de criar mundos imaginários e histórias cativantes, a animação expande os horizontes dos estudantes, estimulando o pensamento crítico e a empatia. O cinema de animação oferece um vasto campo de possibilidades para enriquecer o processo de aprendizado e estimular o desenvolvimento de habilidades críticas e criativas em estudantes de todas as idades. A educação audiovisual através da animação pode também transcender barreiras linguísticas e culturais, promovendo a compreensão intercultural".

Saindo do Estação e do Ponto Cine, o Anim!Arte segue Rio adentro. Ainda em novembro, nos dias 25 e 26, o Museu do Pontal, na Barra da Tijuca, abrirá suas portas para oficinas gratuitas e mais sessões dos filmes. Juruena faz esse circuito com o objetivo de ensinar animações de stop motion e construção de bonecos articulados. Ele vem nessa peleja desde 2001, quando passou a reunir experimentos animados de todo o planisfério cinéfilo. Na ausência do Anima Mundi, interrompido por falta de suporte durante o governo Bolsonaro, o trabalho de Juruena virou uma referência nacional de preservação de um setor que já rendeu ao Brasil indicação ao Oscar, vide "O Menino e o Mundo", de Alê Abreu, festejado por Hollywood em 2016.

Tem brasilidade a granel na curadoria do Anim!Arte, como é o caso de "A Noite Antes do Natal", de Lincoln Fortes; "Anjos Cingidos", de Laercio Ferreira de Oliveira Filho e Maria Tereza Azevedo; "Jaguamerica", de Bako Machado, e "Palavras Mágicas", de Carlon Hardt.

 

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