Por: Rodrigo Fonseca | Especial para o Correio da Manhã

Bradley Cooper interpreta o maestro Leonard Bernstein com atuações jamais vistas em Hollywood

Bradley Cooper concorre ao Globo de Ouro por seu desempenho em 'Maestro' | Foto: Divulgação

Ao ingressar no trio de protagonistas de "Se Beber, Não Case" (2009), ao lado de Ed Helms e do superestimado Zach Galifianakis, Bradley Cooper lançou sua candidatura para o estrelato e saiu dela eleito com aprovação plena, estabelecendo-se como campeão de bilheteria ("American Sniper"), como coadjuvante de luxo ("Licorice Pizza") e como diretor, vide o fenômeno de seu "Nasce Uma Estrela" (2018).

Ali já se percebia seu interesse em narrativas sintonizadas com os bastidores da cena musical, desenhando uma linha autoral que se confirma na colossal biopic "Maestro", hoje em cartaz no Rio. No dia 20, esse drama biográfico produzido por Steven Spielberg e Martin Scorsese vai para a grade da Netflix, mas nada se compara ao sabor de ver a história do regente e compositor Leonard Bernstein (1918-1990).

Uma sequência em especial, na qual Bradley solta todos os seus dragões, a fim de mimetizar os movimentos de Bernstein ao reger uma orquestra, é um dos exercícios de atuação da mais alta voltagem gerados em solo hollywoodiano este ano. Não por acaso, o longa-metragem concorre ao Globo de Ouro de Melhor Ator, Atriz (Carey Mulligan, em estado de graça), Direção e Filme Dramático.

Numa estrutura similar à de "Nasce Uma Estrela", Bradley concentra seu roteiro (escrito em duo com Josh Singer) no processo de educação sentimental de Bernstein enquanto ele se firma como o primeiro pilar da regência da música americana no século XX. Ganhou sete vezes o Emmy, duas vezes o Tony (láurea maior do teatro estadunidense) e 16 Grammys, a estatueta de maior relevo da indústria fonográfica.

O longa cartografa seu êxito profissional pleno em meio a ziguezagues afetivos, no casamento com a atriz Felicia Montealegre (1922-1978), defendida com apuro e encanto por Carey, e no relacionamento com namorados sazonais. A bússola por vezes desregulada de seu querer explode em cena à luz da fotografia de Matthew Libatique, na alternância entre a cor e o P&B.

 

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