Imperdoável perder a mostra Eastwood

Estação NET Botafogo inaugura retrospectiva do ator, cineasta e mito do faroeste e outros gêneros, como comprova uma seleção de sua obra integral

Por Rodrigo Fonseca | Especial para o Correio da Manhã

Clint Eastwood

Cannes vai anunciar sua programação no dia 11 de abril, mas acredita-se que "Juror #2", novo longa-metragem de Clinton Eastwood Jr., de 93 anos, seja um dos destaques da programação. A forte expectativa pela estreia do thriller jurídico com Nicholas Hoult serve como chamariz para a retrospectiva que o Estação Net Botafogo inicia no dia 28 (quinta), sob a curadoria do crítico e cineasta Mario Abbade. A mostra "O Ator, o Diretor, o Gênio" foi dividida entre os meses de março, abril, maio e julho, somando 70 filmes - sendo dez em película e o restante em DCP (Digital Cinema Package).

A parte inicial traz 28 filmes, marcando o início da programação que vai até 3 de abri. A saga continua em maio (Parte 2) e culmina em julho (Parte 3). Serão projetados em tela grande produções que contaram com a atuação ou direção de Eastwood, incluindo raridades do início de sua carreira, como coadjuvante, vide: "Francis na Marinha", "Emboscada em Cimarron Pass", "Lutando Só pela Glória" e "Mulheres, Sempre Mulheres". Constam da grade de abertura do evento: "O Último Golpe" (14h30); "O Estranho Que Nós Amamos" (16h45); "Por Um Punhado de Dólares" (18h55); e "Gran Torino" (21h).

Entre 1971 e 2021, Eastwood, sob inspiração de seus mestres Sergio Leone e Don Siegel, dirigiu 43 longas-metragens e duas produções para a TV, numa trajetória marcada por fenômenos de bilheteria e dois Oscars para coroar sua verve cineasta, um conquistado por "Os Imperdoáveis" (1992) e outro por "Menina de Ouro" (2004). Ponha nessa travessia cinco indicações à Palma de Ouro, com direito ao troféu Carroça de Ouro, da Quinzena de Cineasta, em 2003, e uma láurea honorária, em 2009. Sua reputação entre os exibidores é de salas cheias. Seu prestígio entre a crítica internacional é de ser uma voz autoral, acostumada a fazer do humanismo a munição da incursão investigativa que faz a múltiplos gêneros, seja o policial da franquia "Dirty Harry" ao drama romântico, em "Pontes de Madison" (1995), passando pela suspensão da lei do realismo em musicais como "Jersey Boys".