Nesta sexta-feira, o Brasil entra em competição pela Palma de melhor curta-metragem com "Amarela", de André Hayato Sato. O país ainda pode sair premiado na competição oficial com "Motel Destino", de Karim Aïnouz.
Neste sábado serão conhecidos os ganhadores do festival, decididos por um júri presidido por Greta Gerwig. A decisão será deliberada por ela e uma equipe que reúne: a roteirista e fotógrafa turca Ebru Ceylan; as atrizes Lily Gladstone (EUA) e Eva Green (França); a diretora libanesa Nadine Labaki; o realizador espanhol Juan Antonio Bayona; o ator italiano Pierfrancisco Favino; o cineasta japonês Hirokazu Kore-eda; e o astro francês Omar Sy. Antes, George Lucas, o criador de "Star Wars", receberá a Palma de Ouro Honorária.
O título de maior potência estética das mostras paralelas à disputa pela Palma é "On Becoming a Guinea Fowl", de Rungano Nyoni: Mais badalado dos representantes da África no Festival, esta fábula sombria da Zâmbia marca a volta da diretora de "Eu Não Sou Uma Bruxa" (2017). Rungano nos leva aos bastidores de um enterro, no qual a despedida de um tio provoca uma surreal transformação numa família.
Ao lado dele aparece o .doc antirracista "Ernest Cole, Lost And Found", do ativista Raoul Peck ("Eu Não Sou Seu Negro"). Sua fascinante narrativa cartografa os feitos de um fotógrafo que registrou a bestialidade do Apartheid na África do Sul e fez carreira em NY e na Suécia.
Para a América Latina, há uma série de holofotes apontados para a Argentina por meio dos elogios a "Transmitzvah", de Daniel Burman. O realizador de "O Abraço Partido" (2004) chega à Croisette com seu melhor filme em anos. Nele, uma cantora de músicas em ídiche perde a voz e precisa da ajuda de seu irmão, com quem não se relaciona há anos, para recobrar sua saúde e cicatrizar feridas familiares. Além de "A Queda do Céu", que brilhou na Quinzena de Cineastas, o Brasil também se destacou com o divertido "Baby", de Marcelo Caetano na Semana da Crítica. (R.F.)