Reanimação

Sucesso de 'Divertida Mente 2' aquece a força da animação na indústria do audiovisual e dispara corrida por novos exemplares do setor

Por Rodrigo Fonseca | Especial para o Correio da Manhã

A Arca de Noé

Como esperado, "Divertida Mente 2" bombou em sua chegada ao Brasil e lotou salas de exibição. No exterior, em sai estreia, o filme faturou em cerca de três dias o que muito candidato a blockbuster almejou para toda a sua carreira e não conseguiu: US$ 295 milhões. Algo sugere que o maior sucesso de bilheteria do ano pode estar na área, levando-se em conta o fato de que o primeiro filme dessa franquia Disney teve uma receita de US$ 859 milhões mundo afora. Agora, na produção dirigida por Kelsey Mann, a jovem Riley chega à aborrescência assolada por novas emoções, sendo a mais tensa delas a Ansiedade, interpretada nos EUA por Maya Hawke e dublada aqui por Tatá Werneck. Todo o êxito que o filme fizer se reverte em prol da indústria da animação, que firma seu espaço como um dos veios mais rentáveis do audiovisual. Conheça a seguir outros títulos animados que podem movimentar este ano.

"MEMOIR OF A SNAIL", de Adam Elliot: O cineasta australiano ganhador do Oscar pelo curta "Harvie Krumpet" (2003) regressa aos holofotes do cinema animado ao conquistar o troféu Cristal, láurea máxima de Annecy (o maior festival do setor) com uma narrativa feita em stop-motion (técnica onde os objetos são fotografados quadro a quadro, dando sensação de movimento) sobre uma mulher melancólica que coleciona caracóis e porquinhos-da-índia num ambiente de solidão que vai sendo desafiado pelas intempéries da vida.

'MEU MALVADO FAVORITO 4", de Chris Renaud e Patrick Delage: Eis o que pode ser o maior rival de "Divertida Mente 2", dada a fama que os Minions têm na cultura pop. Na trama, a família de Gru (dublado por Leandro Hassum) está maior. O bebê Gru Jr. chegou. O menino é uma pestinha que se diverte com suas maquinações para atormentar seu pai. Mas a festinha familiar do adorável vilão pode estar com os dias contados uma vez que ele tem um novo par de adversários pela frente:, Maxime Le Mal e sua namorada Valentina.

"DORAEMON: NOBITA'S EARTH SYMPHONY", de Kazuaki Imai (Japão): Lá se vão 21 anos desde que "A Viagem de Chihiro" deu a Hayao Miyazaki o Urso, consagrando a animação nipônica. Agora, o segmento mais rentável da indústria audiovisual asiática pode voltar ao festival com a saga do gato robótico, chamado Doraemon, que voltou dois séculos no passado para ajudar um estudante desastrado, o guri Nobita Nobi, a se socializar. No novo filme derivado das HQs de do Fujiko F. Fujio, Nobi trava novas amizades numa seara de perigos.

"FLOW", de Gints Zilbalodis: Nesta aventura metafísica vinda de Letônia, uma nova Arca de Noé - mas sem elementos místicos - salva um bando de animais de um dilúvio, num futuro distópico sem humanos. Um gato, o protagonista, terá que lidar com o resto da bicharada para chegar a um lugar seguro... em paz.

"O SONHO DA SULTANA", de Isabel Herguera: Indicado à Concha de Ouro do Festival de San Sebastián, o filme, de direção de arte estonteante, parte de um conto sci-fi indiano de 1905 sobre uma nação utópica chamada Ladyland, onde as mulheres estão no Poder.

"A ARCA DE NOÉ", de Sérgio Machado (Brasil): Produzido por Walter Salles e pelos irmãos Caio e Fabiano Gullane, o novo trabalho do realizador de "Cidade Baixa" (2005) resgata, como longa de animação, os sonetos de Vinícius de Moares, outrora transformados em espetáculo musical, agora na forma de aventura. Nela, um trio de ratos (com as vozes de Alice Braga, Rodrigo Santoro e Marcelo Adnet) lutam para escapar do dilúvio.

"PASHMINA", de Gurinder Chadha (Reino Unido): Nascida no Quênia, a cineasta inglesa de origem indiana aposta na linguagem de animação para narrar o périplo de uma adolescente pra descobrir sua ancestralidade a partir de um cachecol.