Por:

Nicolas Cage: 'Tenho medo dessa tecnologia e tenho sido muito duro em relação a isso'

Nicolas Cage critica o avanço da IA e questiona o limite da autenticidade do trabalhos dos artistas daqui pra frente | Foto: Reprodução

A utilização de ferramentas de inteligência artificial continua gerando polêmica no segmento audiovisual. Desta vez a bronca partiu do astro Nicolas Cage. Em entrevista à revista americana The New Yorker, o ator revelou que tem medo do uso da chamada IA no cinema e na televisão e que espera que escaneamentos do seu rosto e do corpo, feitos recentemente para duas produções, não sejam usados após a sua morte.

"Eles me puseram num computador, verificaram se as cores dos olhos estavam corretas e aí mudaram... sei lá o quê", disse ele na entrevista, ao comentar sobre dois projetos em que precisou criar versões digitais suas, uma série do Homem-Aranha Noir e um longa-metragem.

"Eles vão roubar meu corpo e fazer o que quiserem com ele a partir de inteligência artificial. Deus, eu espero que não. Eu tenho medo dessa tecnologia e tenho sido muito duro em relação a isso. Me faz pensar onde a verdade dos artistas vai acabar", continuou.

"Será substituída? Transformada? Metamorfoseada? Qual será o coração do ofício? Quero dizer, o que vocês farão com meu rosto e meu corpo quando eu morrer? Eu não quero que algo seja feito", questiona o ator de

60 anos, coprotagonista de "Vínculo Mortal", de Oz Perkins, com estreia marcada para 1º de agosto.

Neste longa, uma agente do FBI é convocada para reabrir um caso arquivado de um serial killer, vivido por Cage. Conforme desvenda pistas, Harker se vê confrontada com uma conexão pessoal inesperada com o assassino.

Sobrinho do cineasta Francis Ford Coppola, Cage estreou nas telas em 1982, aos 18 anos, com um pequeno papel na comédia "Picardias Estudantis". Seu primeiro sucesso foi "Arizona, Nunca Mais" (1987), mas tornou-mais conhecido pelo grande público por seus papeis em "Despedida em Las Vegas" (1995), "A Outra Face" (1997) e "O Senhor das Armas" (2005). De uns tempos para cá, fez papeis excêntricos em filmes como "Motoqueiro Fantasma" (2011) e "O Peso do Talento" (2022).

Cage recebeu vários prêmios por suas atuação, incluindo um Oscar, um Screen Actors Guild Award e um Golden Globe Award.

O uso de inteligência artificial para recriar a aparência e a voz de atores, vivos ou mortos, vem gerando polêmica em Hollywood e foi um dos principais pontos discutidos na greve de atores e roteiristas encampada nos Estados Unidos no ano passado.