Apresentado ao público leitor de gibis em dezembro de 1990, nas páginas da edição nº 98 da revista "The New Mutants", Deadpool já roubou a cena de muito super-herói de peso desde que foi criado por Fabian Nicieza e Rob Liefeld. Nos cinemas, repetiu o feito em dois filmes, lançados em 2016 e 2018, que arrecadaram respectivamente US$ 782 milhões e US$ 785 milhões, transformando seu protagonista, o canadense Ryan Reynolds, num dos astros de maior faturamento de Hollywood na atualidade. Nas bancas, o personagem chegou a ganhar quadrinhos só seus aqui no Brasil, via Panini Comics, como o encadernado "Preto, Branco e Sangue".
Mas agora, a tarefa do mercenário tagarela será dividir as telas com o mais popular dos mutantes da Marvel, Wolverine, uma vez mais encarnado pelo australiano Hugh Jackman. Ele e Reynolds vieram ao Rio com a atriz Emma Corrin e o realizador Sahwn Levy para um evento bombástico na Cidade das Artes, realizado na segunda-feira, que mobilizou famosos da TV e da internet de todo o país. Foi uma micareta pop.
"A melhor parte desta profissão é poder ver lugares como este. O Rio é incrível", diz Reynolds, na Barra da Tijuca, ao apresentar suas expectativas sobre "Deadpool & Wolverine", que estreia no dia 25 de julho com a promessa de se tornar um dos maiores êxitos comerciais do ano. "Este filme é maior experiência da minha carreira, por juntar dois ícones".
Durante o evento foram exibidos cerca de 40 minutos da superprodução pilotada por Levy, cineasta nascido no Canadá há 55 anos. Ele é conhecido por seu trabalho como produtor na série cult "Stranger Things" e pelo desempenho como cineasta em recordistas de arrecadação como "Uma Noite No Museu" (2006) e "Free Guy: Assumindo o Controle" (2021). Na Cidade das Artes, ele prometeu a fãs da Marvel uma história "que caminha para a conexão e para diferentes formas de amizade" ao narrar o encontro entre duas celebridades das HQs.
Batizado em referência ao animal conhecido aqui como carcaju, Wolverine chega aos 50 anos em outubro. Ele surgiu no fim de 1974, em "The Incredible Hulk" n°180, encarnado um inimigo do Golias Verde. Foi criado por Len Wein, John Romita Sr. e Herb Trimp. Sua popularidade foi renovada depois de ele ser integrado à formação dos X-Men da década de 1970, delineada por Chris Claremont, Dave Cockrum e John Byrne. Nos anos 1980, uma minissérie de Frank Miller deu a ele um status de vigilante e bordões como "Sou o melhor naquilo que faço", além de ter consagrado a onomatopeia "Snikt!", referente a suas garras, revestidas de adamantium (o metal mais sólido do universo, de acordo com as "quadrinhopedias").
"Acho que o Wolverine é como é por já ter vivido pelo menos 200 anos. São muitos anos de muita dor. Diferentemente dele, Deadpool usa a comédia para ser quem é", disse Jackman no Rio, onde esteve pela primeira vez em 2009.
Ele assumiu a tarefa de ser Wolverine em 2000, no primeiro "X-Men", de Bryan Singer, e viveu o personagem múltiplas vezes, inclusive em três filmes solo, que, se somados, contabilizam uma receita de cerca de US$ 1,4 bilhão. O último deles, "Logan", fechou a programação do Festival de Berlim, em 2017, e chegou a ser indicado ao Oscar de Melhor Roteiro Adaptado.
No filme de Levy, "Logan" é citado múltiplas vezes, uma vez que Deadpool precisa viajar pelo multiverso para encontrar um Wolverine de outra dimensão, passando por várias versões do anti-herói que farão a alegria de quem cresceu lendo a mitologia marvete. Nesses saltos dimensionais, os dois vão enfrentar a vilã Cassandra Nova, papel confiado à britânica Emma Corrin. Criada em 2001, por Grant Morrison e Frank Quitely, a telepata é uma gêmea maligna do Professor Charles Xavier, o fundador dos X-Men, que almeja se vingar dele e de sua equipe.
Quem quiser conferir outras aventuras dos mascarados interpretados por Jackman e Reynolds antes de o longa-metragem de Levy estrear pode correr para edições recentes da Panini unindo ambos, como "Deadpool Vs. Wolverine" e "Marvel-Verse".
