Alvos na corrida ao Leão de Ouro

Primeiras apostas para o Festival de Veneza 2024 já começaram

Por Rodrigo Fonseca | Especial para o Correio da Manhã

Coringa - Delírio a Dois


Já tem data para a 81ª edição do Festival de Veneza: 28 de agosto a 7 de setembro. E filme de abertura também: "Os Fantasmas Ainda Se Divertem - Beetlejuice Beetlejuice", de Tim Burton. A proximidade da festa cinéfila italiana agita o mercado cinematográfico, com apostas para as vagas na competição pelo Leão de Ouro de 2024. Fala-se desde já nos possíveis concorrentes e de potenciais atrações para seções hors-concours na maratona que sempre revela concorrentes ao Oscar. O júri deste ano, presidido pela atriz francesa Isabelle Huppert, conta com o cineasta pernambucano Kleber Mendonça Filho.

"CHOCOBAR", de Lucrecia Martel (Argentina):A diretora argentina aposta nas narrativas documentais, explorando os bastidores políticos da morte do militante indígena Javier Chocobar por latifundiários.

"AINDA ESTOU AQUI", de Walter Salles (Brasil): Depois de um hiato de dez anos sem longas iniciado depois de seu documentário sobre Jia Zhagke, o realizador de "Central do Brasil" (Urso de Ouro de 1998) volta à ficção adaptando o livro de Marcelo Rubens Paiva sobre os bastidores da luta de sua mãe contra a ditadura. Fernanda Torres e Fernanda Montenegro se revezam no papel central.

"LE MOLIÈRE IMAGINAIRE", de Olivier Py (França): Um dos atores mais consagrados da Europa hoje, Laurent Lafitte encarna Molière, numa trama ambientada em 1673, quando o dramaturgo apresenta "O Doente Imaginário" e é acometido por um mal de saúde. Seu empenho é permanecer no palco e manter a dignidade.

'QUEER", de Luca Guadagnino (Itália): O diretor leva o mais recente James Bond, Daniel Craig, a viver novas experiências a partir da literatura beat de William S. Burroughs sobre um homem, William Lee,às voltas com uma crise de abstinência no Novo México. De bar em bar, Lee sublima seus desejos.

"THUG", de Hans Peter Molland (EUA): Queridinho de Berlim, o diretor norueguês retoma sua parceria com o Charles Bronson dos anos 2010/2020, o irlandês Liam Neeson, a fim de narrar a saga de um gângster que, cansado do crime, decide fazer as pazes com parentes sumidos.

"CORINGA: DELÍRIO A DOIS", de Todd Phillips: A sequência musical esperada do fenômeno pop de 2019, ganhador do Leão dourado de então, com Joaquin Phoenix no papel do Palhaço do Crime. Lady Gaga vive a doutora Quinzel, psicóloga que cai nos ardis do personagem de Phoenix e se transforma na vilã Arlequina.

"DORAEMON: NOBITA'S EARTH SYMPHONY", de Kazuaki Imai (Japão): Lá se vão 21 anos desde que "A Viagem de Chihiro" deu a Hayao Miyazaki o Urso, consagrando a animação nipônica. Agora, o segmento mais rentável da indústria audiovisual asiática pode voltar ao festival com a saga do gato robótico, chamado Doraemon, que voltou dois séculos no passado para ajudar um estudante desastrado, o guri Nobita Nobi, a se socializar. No novo filme derivado das HQs de do Fujiko F. Fujio, Nobi trava novas amizades numa seara de perigos.

"ALMA", de Sally Potter (Reino Unido): Aos 73 anos, a diretora do cult "Orlando, A Mulher Imortal" (1992) volta às telas para narrar as disputas familiares de um clã de arqueólogos que usa um sítio de escavação de fósseis como arena para uma guerra de egos.

"PASHMINA", de Gurinder Chadha (Reino Unido): Nascida no Quênia, a cineasta inglesa de origem indiana aposta na linguagem de animação para narrar o périplo de uma adolescente pra descobrir sua ancestralidade a partir de um cachecol.

"A ARCA DE NOÉ", de Sérgio Machado (Brasil): Produzido pelo já citado Walter Salles e pelos irmãos Caio e Fabiano Gullane, o novo trabalho do realizador de "Cidade Baixa" (2005) resgata, como longa de animação, os sonetos de Vinícius de Moares, outrora transformados em espetáculo musical, agora na forma de aventura. Nela, um trio de ratos (com as vozes de Alice Braga, Rodrigo Santoro e do já citado Noé) lutam para escapar do dilúvio.

"ARMORED", de Justin Rout (EUA): Agora que Sylvester Stallone virou cult, com homenagem em Cannes (em 2019) e filme de encerramento no TIFF -Toronto Film Festival (em setembro), é provável que ele brilhe em Berlim no papel de um segurança de transporte de valores que tem o caminhão perseguido por criminosos.

"NOBODY'S HEART", DE ISABEL COIXET (Espanha): A prolífica diretora catalã conhecida por cults como "Fatal" (2008) narra a desagregação de um casal vivido por Gugu Mbatha-Raw e Edgar Ramírez, com base em conto de William Boyd.