Hilariante e frenético, "Anora" pode ser chamado de comédia, pode ser encarado como um marco do cinema indie americano e pode, sem qualquer dúvida, fazer parte do panteão dos ganhadores do Festival de Cannes, depois de conquistar a Palma de Ouro de 2024, em maio.
Não por acaso entrou na grade de San Sebastián, na mesma mostra em que está "Ainda Estou Aqui", a Perlak, disputando com Walter Salles e outras vozes autorais o prêmio do júri popular basco.
Nesta segunda-feira (23) a maratona espanhola confere essa Cinderela do avesso, acompanhando as confusões com as quais uma profissional do sexo, que dança num clube privê, acaba sendo envolvida depois de se casar com um jovem milionário russo.
Seu diretor é Sean Baker, que nasceu em Nova Jersey há 53 anos e tem em seu currículo pérolas como "Tangerina" (2015) e "Projeto Flórida" (2017). Sábado ele veio à Espanha dar uma palestra sobre sua forma de filmar, propondo um redesenho das noções de princesas, príncipes encantados e prazer fugaz. "Esse filme é para todas as trabalhadoras do sexo", disse Baker.