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Sushi com gosto de luto

Recentes investimentos autorais da diretora Naomi Kawase (de "Esplendor") mantiveram o lirismo romântico bem aquecido no cinema japonês, mas não ao ponto de fervura que seu conterrâneo Kohei Igarashi acalnçou com "Super Happy Forever", destaque de uma das seções paralelas de San Sebastián. É mais um título sobre finitude do evento basco, mas trata o tema sob uma mirada doce, inspirada por love stories clássicas.

"Apesar de o romance ser um gênero um tanto fora de moda hoje, eu tenho apreço por seus códigos", diz Igarashi, que lança a produção em sua pátria natal hoje. "Passamos antes por Veneza e vamos ainda a festivais na Coreia, nos EUA e no Canadá".

"Super Happy Forever" se passa num resort onde, um dia, o jovem Sano foi muito feliz com sua finada mulher, Nagi. A nostalgia dessa época já seria motivo suficiente para ele regressar, mas há um motivo extra: sair em busca de um chapéu que sua companheira perdeu lá".

"Na sociedade japonesa, não lidamos com a perda de uma forma definitiva, pois há sempre resquícios de quem partiu a sobreviver na memória e no tempo", diz Igarashi ao Correio. "O colorido do filme lida com contraste, acentuando o azul do mar". (R.F.)