Por Folhapress
O cineasta Chico Teixeira, diretor de filmes como "Ausência" e "A Casa de Alice", morreu nesta quinta-feira (12) em São Paulo. Nascido no Rio de Janeiro em 1958, ele tinha um câncer de pulmão há cinco anos.
Economista, Teixeira iniciou sua carreira de cineasta entre o fim dos anos 1980 e início dos 1990 com documentários. São dessa época "Favelas" (1989) e "Velhice", sobre a vida solitária em asilos.
Na ficção, foram apenas dois projetos. "A Casa de Alice", de 2007, gira em torno da personagem Jacira (Berta Zemel) que, na companhia de um rádio de pilha, observa a trama das relações de sua filha Alice (Carla Ribas) com os filhos, o marido, a amante dele, o amante dela, na casa em que vivem.
"Meu filme falou da classe média porque há mais gente assim no Brasil. Não sou nada político, mas sempre penso: como essas pessoas vivem, comem, pagam médico, criam filhos?", disse Teixeira, na época da estreia, para a Folha de S.Paulo.
Seu segundo longa de ficção, "Ausência" (2014), venceu quatro prêmios Kikito no Festival de Gramado, incluindo o de melhor filme. Nele, o adolescente Serginho (Matheus Fagundes) ajuda o tio na feira e convive com um irmão mais novo e uma mãe alcoólatra (Gilda Nomacce), com quem divide um casebre. Mais uma vez, um filme sobre a classe média.
O velório do cineasta vai acontecer nesta quinta (12), no velório Sírio-Libanês (rua Prof. Daher Cutait, 69, São Paulo), das 12h às 15h.
Teixeira deixa um filme. Nos cinco anos em que tratou o câncer, ele trabalhou no roteiro de seu terceiro longa de ficção: "Dolores", que vai entrar em fase de preparação em fevereiro, deve ser rodado em junho e será dirigido por Marcelo Gomes.