Por: Cláudia Chaves | Especial para o Correio da Manhã

A era dos faraós e seu fascínio milenar em exposição

Eva Klabin e a Viscondessa de Cavalcanti figuram entre as maiores colecionadoras brasileiras de arte egípcia | Foto: Divulgação

E quem é que não sonha em se aprofundar nos mistérios dos faraós, nas lendas que pairam sobre os deuses egípcios, como viviam naqueles tempos distantes, dominando os mares e os mundos? Ver os ornamentos, as estátuas, os objetos, entender o significado de sua arte, perceber o encanto dessa civilização. Entre os grandes colecionadores e amantes do Antigo Egito estava nínguém menos do que Sigmund Freud, o pai da psicanálie.

Ligada à religiosidade, a arte egípcia nasce por por volta de 3000 a.C. , visto que a maior parte das suas estátuas, pinturas, esculturas ornamentadas, pergaminhos raros do Livro dos Mortos e joias requintadas, monumentos e obras arquitetônicas se manifestam em termos religiosos com uma predominância do culto aos mortos.

A exposição "Eterno Egito: A Imortalidade nas Coleções Viscondessa de Cavalcanti e Eva Klabin" traz a união inédita dos acervos de Eva Klabin (1903-1991) e de Amélia Machado de Coelho e Castro (1852 - 1946), a Viscondessa de Cavalcanti, duas colecionadoras brasileiras que reuniram artefatos do antigo Egito.

A mostra apresenta 100 peças de diversas dinastias, datando desde 3000 a.C. até o século I d.C. Com a curadoria de Helena Severo e Douglas Fasolato, a nova exposição da Casa Museu Eva Klabin estará aberta à visitação gratuita a partir deste sábado (6).

Na coleção da Viscondessa, destacam-se uma estela policromada, de Per-a-Iset, que faz oferendas ao deus Ra-Osíris; fragmentos de um rosto de ataúde masculino; figuras shabtis (servidores funerários); e um significativo conjunto de amuletos funerários.

E a coleção de Eva Klabin apresenta como destaques um rosto de esquife de madeira dourada com olhos incrustados de marfim e ébano da XVIII Dinastia, uma estela funerária de pedra que pertenceu a Thutmés, representado se apresentando a Osíris, além de objetos votivos que destacam o importante papel dos animais na religião egípcia, como um esquife para uma múmia de gato.

A coleção egípcia de Eva Klabin, atualmente a maior em exibição no Rio de Janeiro e uma das maiores do Brasil, integra o acervo permanente da Casa Museu que leva seu nome enquanto a da Viscondessa de Cavalcanti pertence ao acervo do Museu Mariano Procópio, em Juiz de Fora (MG).

O fascínio contínuo pelo Egito Antigo transcende o tempo e continua a influenciar a sociedade, nos mais diversos setores. Na arte contemporânea este fascínio se materializa nas obras de artistas que completam a exposição "Eterno Egito", dialogando com os acervos históricos de Eva e da Viscondessa.

SERVIÇO

ETERNO EGITO

Casa Museu Eva Klabin (Av. Epitácio Pessoa, 2480 - Lagoa)

DE 6/7 a 15/9, de quarta a domingo (14h às 18h) | Entrada franca