Por: Carlos Monteiro | Textos e fotos

FotoCrônica: Respire aliviado

FotoCrônica 4/10/2023 | Foto: Carlos Monteiro

Olá, como vai? Eu vou indo e você, tudo bem... Tudo mesmo? Tem certeza? Quando possível, deixe na garagem seu 'Fuscão Preto'; estacione seu 'Opala Azul', guarde a 'Brasília Amarela', o 'Corcel cor-de-mel', aquele 'Mustang cor-de-sangue'; imobilize a 'Kombi 66', o 'Calhambeque', o 'Carro Velho'; retenha o 'Mercedes Benz', o 'Ford Corcel 73', deixe, até a 'Rural', o 'Sinca Chambord' e o 'Fiorino' no parqueamento. Angélica esquecerá o táxi e irá a pé, fazendo aquele exercício básico.

Pise no freio, obedecendo ao coração e pare, nunca na contramão, mas pare, freie, breque, carregue nos travões. Deixe o carro em casa!

Olhe, pelo retrovisor, o passado do Planeta. Pare, olhe, escute, avance. Através do para-brisa, projete o futuro, proteja o globo terrestre. Os macacos, os jacarés, as porcas, as borboletas, o burrinho, o morcego, aquele grilinho incômodo e até o gato; sim, ele mesmo. O que vive na esquina da rebimboca da parafuseta.

Pare, observe o sinal fechado. A sinaleira, o farol, semáforo, sinal luminoso do meio ambiente gritando: "Parem com tantas emissões de gases tóxicos". O Planeta ligou o pisca-alerta. Tenta parar o choque de tanta fumaça nos bancos da ilusão. No moto(r)-contínuo, com injeção-direta, carburado, na queima de combustível fóssil.

Deixar no ponto-morto não é solução. Projetar um futuro em marcha ré não é sensato, transitar acima da velocidade permitida não é seguro, andar na contramão da história é perigoso e totalmente arriscado.

Ela, natureza, acendeu o farol de milha, tentando enxergar, sem óleos, mas com lubrificantes para os olhos que, podemos optar sim, por mobilidade urbana, passando pelo caminhar, utilizar transporte público, bicicletas. Podemos subir a rua Augusta, descer a Estrada de Santos com mais leveza e responsabilidade.

Que futuro, que legado queremos deixar para nossos filhos? Que bagagem queremos pôr no porta-malas ou no porta-luvas? Ouça as trombetas e o pistão, que tocam insistentemente, buzinam para que não acendam as velas de ignição no porvir. Tire o pé do acelerador, mude de marcha, manual ou automaticamente, mude a direção para um póstero melhor. Ilumine, seja com lanternas ou faróis, as estradas da vida para que não beije o asfalto na rua da amargura. A banguela de hoje é a BR-3 de amanhã. A segurança não pode estar, somente, no cinto!

Se puder, não use o carro!