Somos de família mineira de Juiz de Fora, uma gente com um pé no Rio, mas com a barriga no forno de fogão. A comida sempre temperadinha, a mesa farta, tudo bem quente, variado, sempre com uma verdura e as delícias de carne suína não podem faltar. A Churrasqueira, a casa que veio de Juiz de Fora, oferece feijoada às sextas.
Fomos eu e a especialista em rádio Renata Victor entender que feijoada era essa de feijão vermelho. Fomos levadas pela mão pelo proprietário e chefe geral João Zuddio, anfitrião como só os mineiros são. Sempre oferecendo o que há de melhor. Para começar uma batidinha de limão (mineiro só fala no diminutivo, uai), feita com cachaça "importada" de lá. Gelada, com um tiquinho de açúcar que só nos abriu o apetite.
Depois, as cumbucas de barro. Fartas, transbordando, com defumados vindos diretamente de Minas Gerais. As carnes de sabor único. E não para por aí. A feijoada é completa, servida com arroz branco, couve fininha ao alho, farofa e laranja e serve até três pessoas por R$ 140.
Até aí é o basicão da feijoada. Vamos lá: o arroz daquele branco, solto, pronto para se misturar ao caldo grosso e aos grãos macios do feijão. As carnes vêm cortadas, sem as peças excessivamente gordas- pé, orelha - , mas que estão no cozimento para dar aquele sabor especial. A farofa vem com a farinha pura, frita, no ponto ideal de ser quase uma neve para se colocar sobre o feijão. A laranja dá aquele frescor e a couve abafada no susto com alho refogado, para dar aquele alívio que nem tudo é pecado.
Fomos de pouquinho a pouquinho, sem precipitações, degustando devagar cada garfada ou colherada. O papo corre também sem pressa, nas lembranças da culinária raiz de nossas infâncias quando as folhas eram verduras e obrigatórias, catadas no quintal. Nada de PANCs (sigla para Plantas Alimentícias Não Convencionais). E somos agradecidas de poder comer na Churrasqueira a boa cozinha tradicional das Gerais.
SERVIÇO
CHURRASQUEIRA
Rua Vinícius de Moraes, 130, Ipanema | Diariamente, das 11h30 até 0h
