Por: Affonso Nunes

A velha roupa colorida de Silvero

No palco, Silvero não abre mão do casaco criado pelo estilista Kalil Nepomuceno | Foto: Melina Furlan/Divulgação

O elogiado espetáculo "Silvero Interpreta Belchior" volta ao Rio para duas noites nesta sexta e sábado (27 e 28) no Teatro Rival. O multiartista Silvero Pereira, cearense como o compositor homenageado, usa toda sua força interpretativa, adquirida e lapidada durante os anos dedicados ao teatro, para emocionar a plateia e despertar nela uma outra maneira de se ouvir a obra de Belchior, que tem poesia poderosa e é atemporal, atravessando gerações.

A ideia de um show dedicado ao bardo cearense surgiu depois que o ator foi desafiado a intrepretar a canção "Sujeito de Sorte" no programa Altas Horas (Globo). "Foi quando eu vesti a minha armadura nordestina que senti a força pra esse momento", relembra o ator. A armadura era um casaco feito de retalhos, brilhos e mistura de tecidos assinado pelo estilista, também conterrâneo, Kalil Nepomuceno que agora o acompanha nos palcos.

Entre momentos divertidos, emocionantes e de introspecção, o roteiro conta com 15 músicas conhecidas do grande público, como "Sujeito de sorte", "Como nossos pais", "Alucinação", "Medo de avião", "A palo seco" e "Paralelas". Silvero Pereira define assim o espetáculo: "este é um show cortante como faca, um corte profundo na alma. Aqui não estão canções suaves, corretas, mas, sim, palavras que ecoam feito navalhas.

As canções são interpretadas por um conterrâneo de Belchior, um cearense de Mombaça, um menino latino-americano vindo do interior, um sujeito de sorte que driblou a fome e a sede por meio da arte. Apenas um ator, um cantor que dramatiza os versos e os atualiza em provocações do nosso tempo no intuito de 'amar e mudar as coisas', como cantou Belchior".

SERVIÇO

SILVERO INTERPRETA BELCHIOR

Teatro Rival (Rua Álvaro Alvim, 33 - Cinelândia)

27 e 28, às 19h30

Ingressos entre R$ 60 e R$ 140

 

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