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A maré vermelha de Mihay chega aos palcos

Mihay: 'Álbum reafirma que nada é permanente na vida' | Foto: Marcio Menasce/Divulgação

Ocantor e compositor Mihay se apresenta pela primeira vez no Manouche mostrando o repertório de seu álbum recém-lançado, "Maré Vermelha", seu quarto disco autoral, nesta quinta-feira (16).

Mihay é aquele carioca de carteirinha. Tem fala mansa, sorrisão e aquele jogo de cintura típico de pessoas da Cidade Maravilhosa. Mas a carioquice dele dialoga com além das fronteiras, numa música que abraça, conforta e enche os ouvidos de bons sons, simultaneamente praieiros e urbanos.

As dez canções do álbum foram escritas durante a pandemia e, por tudo isso, trata da impermanência das coisas. O repertório começou a ganhar forma a partir de um apanhado de canções bastante tristes, que Mihay foi escrevendo solitariamente. "Fiz sete delas sem nenhum parceiro. Sinto que essa foi a fase mais vermelha desse compositor que tentava sobreviver à pandemia, tentativas de encontrar nas novas canções algum lugar mais ameno. Mas também um desejo de reafirmar que nada é permanente na vida e toda maré é passageira", conta Mihay.

Marcos Preto, na direção artística, e Lucas, na direção musical, trouxeram as referências que queriam, sobretudo do universo setentista de Jards Macalé. Exceto nas faixas "Palavra Cruzada", produzida por Jongui, e "João e Mariá", por Guto Brant.

Todas as canções de "Maré Vermelha" são autorais, três delas escritas com parceiros - menos "Anos Incríveis", escrita por Giovanni Cidreira. "Pé" teve parceria de Lucina, "Seu Carnaval descansa", de Romulo Fróes, e "João e Mariá", de Romulo Ferreira e o eterno João Donato, mestre e amigo.

Aliás, Donato, parceiro de mais de uma década de Mihay, esteve presente em todos os seus álbuns anteriores ("Respiramundo", de 2008, "Gravador e Amor", de 2016, e "Amor em tempos nublados", de 2018) e não poderia faltar neste, cantando. "Nos últimos anos, Donatão já me deu a honra não apenas de gravar no disco dele, mas também de cantarmos em uma turnê internacional em que fomos de Lisboa a Moscou, de Paris à Montreux. Um mês antes de ele partir, gravamos juntos duas de suas últimas composições, ambas parcerias nossas".

Uma seguirá inédita para ser lançada como single mais adiante, conta Mihay, já que não tinha muita relação com a temática desse álbum. Mas "João e Mariá" está totalmente imersa na atmosfera do disco, falando justamente das relações e de nossa constante transformação e reconstrução. Diz a letra: "Ela não ama mais o homem que ela conheceu/ Só ama a versão melhorada do João que ela esqueceu". "E que bom que existam versões melhoradas, que bom que possamos nos transformar em pessoas melhores", completa.

Se "Maré Vermelha" trata das ausências e impermanência das coisas, o convite é para que todos nós aproveitemos juntos a maré alta e os bons ventos que podem chegar junto com ela nesse show.

SERVIÇO

MIHAY - MARÉ VERMELHA

Manouche (Rua Jardim Botânico, 983, - subsolo da Casa Camolese)

16/11, às 21h

Ingressos: R$ 100 e R$ 50 (meia solidária, levando um quilo de alimento não perecível ou livro para doação

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