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Aqui jaz o Sepultura

O Sepultura, em sua atual formação, após uma de suas concorridas aprseentações | Foto: Divulgação

Banda que deu a cara da música pesada no Brasil, o Sepultura anunciou sua turnê de despedida. Serão 18 meses de shows em 40 países, a partir de março de 2024, ano em que a banda mineira completa 40 anos. A turnê chama "Celebrating Life Through Death, ou celebrando a vida através da morte.

"Não é um momento triste. É de celebração. Não queria ver o Sepultura acabar por briga ou 'rehab' de drogas ou a gente ficar velho demais", afirmou Andreas Kisser, o guitarrista.

Surgida nos anos 1980 em Belo Horizonte, a banda lançou 15 discos e escreveu seu nome na história do metal mundial com o disco "Roots", de 1996, que inovou ao trazer para a música pesada a participação dos indígenas xavantes.

A história da música pesada no Brasil está profundamente entrelaçada com a trajetória única da banda, que se tornou um dos expoentes mais importantes do metal brasileiro e ganhou reconhecimento internacional por sua abordagem inovadora e pela fusão de elementos culturais brasileiros em seu som agressivo.

A formação original da banda contava com os irmãos Max e Igor Cavalera nos vocais e bateria, respectivamente, Paulo Jr. no baixo e o guitarrista Jairo Guedz. Seus primeiros trabalhos, como "Bestial Devastation" (1985) e "Morbid Visions" (1986), refletiam a influência de bandas europeias de thrash metal, como Slayer e Celtic Frost.

Foi com o lançamento do álbum "Schizophrenia" (1987) que o Sepultura começou a chamar a atenção internacional. O álbum apresentou uma evolução significativa no som da banda, incorporando elementos do death metal e mostrando uma habilidade técnica impressionante. "Beneath the Remains" (1989) e "Arise" (1991) solidificaram o status da banda como uma força global no metal.


 

A banda que levou os ritmos do Brasil para o mundo do metal

Igor e Max Cavalera, fundadores que deixaram a banda | Foto: Divulgção

A música "Refuse/Resist" de "Chaos A.D." (1993) marcou uma virada para o Sepultura, incorporando ritmos brasileiros e letras politicamente carregadas.

O álbum foi um divisor de águas, conquistando novos fãs e estabelecendo o Sepultura como uma banda corajosa e única em sua abordagem musical.

No auge de sua carreira, a banda enfrentou desafios internos. A saída de Max Cavalera em 1996, seguida por seu irmão Igor dez anos depois, deixou um vácuo significativo. No entanto, os membros restantes, Paulo Jr. e o guitarrista Andreas Kisser, decidiram seguir em frente, recrutando o vocalista americano Derrick Green e o baterista Eloy Casagrande.

Apesar das mudanças na formação, o Sepultura continuou a evoluir. Álbuns como "Dante XXI" (2006) e "Machine Messiah" (2017) mostraram uma banda resiliente e disposta a explorar novos territórios sonoros. A incorporação de elementos da música brasileira, como o samba e o candomblé, destacou a identidade única do Sepultura.

O impacto do Sepultura na cena do metal vai além da música. A banda abriu caminho para outras bandas brasileiras no cenário internacional e provou que o metal não é um território exclusivo de países tradicionalmente associados ao gênero. Sua capacidade de transcender fronteiras geográficas e estilísticas solidifica seu lugar como uma das bandas mais influentes do metal global.

 

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