Por: Lucas Brêda (Folhapress)

O brilho eterno do eterno beatle

Paul durante show da última semana em São Paulo | Foto: Adriano Vizoni/Folhapress

Os Beatles não inventaram o rock, a indústria fonográfica e nem o sucesso de massa. Mas foram pioneiros e estão entre os maiores representantes de tudo isso. O quarteto popularizou o estilo criado a partir do blues negro americano que ouviam quando adolescentes e transformou o fonograma — ou seja, a música gravada— no principal veículo de expressão musical quando pararam de fazer shows e lançaram "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band", em 1967. Também protagonizaram a beatlemania, primeiro e até hoje um dos maiores fenômenos pop do mundo.

Esse é apenas um recorte da bagagem que carrega o nome de Paul McCartney, beatle remanescente que faz mais uma turnê no Brasil este mês. Depois de shows em Brasília e São Paulo e Curitiba, ele se apresenta neste sábado no Estádio Nilton Santos, o Engenhão.

Até a década passada, ver McCartney por essas bandas era raridade. De lá para cá, ele fez dezenas de shows no país, e mesmo tantos anos depois de seu auge consegue mobilizar uma quantidade de público.

O show da turnê "Got Back" traz pouquíssimas novidades em relação às últimas vezes que o beatle esteve no Brasil. As falas em português, os comentários de apresentações das canções, a plataforma que o eleva em "Blackbird", as homenagens a John Lennon em "Here Today" e a George Harrison em "Something", o fogo em "Live and Let Die", os coros masculino e feminino em "Hey Jude" —tudo permanece como nas vezes anteriores.

Mas talvez a faceta mais ressaltada de seu show seja a de compositor. No piano, violão, guitarra, bandolim ou, claro, baixo, Macca distribui melodias que sempre encontram um caminho doce para os ouvidos — mesmo quando estão "escondidas" por trás de guitarras distorcidas, como em "Jet", dos Wings.

Aos 81 anos, McCartney também não é mais o mesmo. Ele sofre um pouco mais do que nas últimas vindas para cantar as músicas mais agudas e gritar está mais difícil, mas ainda assim consegue segurar um show de 2h30 praticamente sem pausas.

Sua persona carismática, que vem dos anos 1960, também continua presente. Ele fez caras e bocas, dança, agradece a plateia. De certa forma, ver McCartney no palco é entender como a música atravessa gerações e barreiras etárias e estéticas. Talvez seja o show desta proporção com a plateia mais ampla em termos de idade que se possa imaginar - há pessoas com idade para ser bisavós e crianças com camiseta dos Beatles nos ombros dos pais.

SERVIÇO

PAUL MCCARTNEY - GOT BACK

Estádio Nilton Santos - Engenhão (Rua José dos Reis, 425 - Engenho de Dentro)

16/12, às 21h

Ingresso: R$ 650 (pista)

 

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