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Malía, cantora nascida na Cidade de Deus, explora novos ritmos no álbum 'Som da Minha Casa'

Malía: 'Uma das minhas maiores inspirações é Alcione' | Foto: Divulgação

Livre das amarras de um gênero musical específico, Malía explora novos caminhos com o álbum "Som Da Minha Casa". O projeto chega às plataformas digitais como uma demonstração do conforto de pertencer a um lugar — uma sensação notória que aparece em diversas situações ao longo da trajetória da cantora, especialmente quando ela está ao lado das pessoas que admira.

Para Malía, o título do álbum vai além de uma referência a um espaço físico específico. "O som da minha casa também é minha voz, meus pensamentos, aquilo que eu acredito", destaca. "Esse álbum fala sobre o conforto do pertencimento. Acho que quando você está à vontade para falar do que você sente, as outras pessoas ficam também. É isso o que eu queria que as pessoas sentissem", continua.

A artista também disponibilizou nas plataformas de vídeo o clipe da faixa "Vou Atrás", que inclui a Cidade de Deus no set de filmagem, assim como a presença de pessoas próximas a ela. "O clipe traz a participação do meu irmão, Felipe Machado. Ele é a pessoa que vende o açaí pra mim", conta Maíla, frisando a importância que esse apoio da família tem para ela. "Comecei a repercutir na internet fazendo vídeos com meu irmão. Ele tocava violão e eu cantava, então foi assim que eu comecei a viralizar", recorda.

Através da representação do cotidiano, Malía compartilha com o público diversos lados de si mesma. "Queria que as pessoas tivessem a sensação de como é passar um dia com a Malía", diz a cantora, nascida e criada na Cidade de Deus.

A produção audiovisual de "Vou Atrás" enfatiza também as paixões da artista, como seu encantamento pelo Carnaval, cuja representação aparece ao final do clipe por um misterioso bate-bola. "Foi a primeira vez que eu me vesti de bate-bola e foi maravilhoso", conta Malía, lembrando de quando era pequena e a mãe a levava para atividades culturais no Centro. "Enquanto uma menina negra e favelada, antigamente não tinha dinheiro para ir a shows. A única oportunidade que eu tinha de ter acesso a espetáculos era no Carnaval. E minha mãe sempre pesquisou onde tinha peças de teatro, exposições gratuitas e me levava para esses lugares", revela.

O disco é marcado por sua multiplicidade sonora. Mais importante do que definir um estilo que represente seu trabalho, Malía prefere se firmar como uma intérprete que ama aquilo que faz. Entre os destaques do álbum são as faixas colaborativas "Desse Jeito", com Iza Sabino; "Vizinho", com Lizzie; e "Telefone Mudo", com Budah. Todas as três são artistas que Malía admira profundamente, assim como a ilustre Alcione, com quem gravou, em 2019, uma versão especial do sucesso "Faz Uma Loucura Por Mim".

"Eu amo fazer interpretações! Eu queria fazer isso na minha própria música, que falasse um pouco sobre a minha história, meus sentimentos, minha verdade. Uma das minhas maiores inspirações é, óbvio, é a Alcione, mas também amo Djavan, Mart'nália, Caetano Veloso e Chico Buarque. São pessoas que fazem movimentos também para além da música, como na políticos. Admiro isso", reconhece.

 

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