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Isabella Taviani: 'Uma canção de amor precisa ser honesta, simples assim'

Isabella Taviani: 'Gosto muito do formato voz e violão porque me dá liberdade e lembra o início da carreira, quando cantava nos bares' | Foto: Vinicius Mochizuki/Divulgação

Lembrada pelas canções românticas, plenas de paixões e encantos, Isabella Taviani volta sua poética ao amor maduro e bem vivido em seu novo single, "Dois Babies e Uma Casa de Campo", que evoca o atual momento de vida da cantora e compositora. A música inédita vem ao encontro desta fase de celebração, e nasce já adornada pelo tom amoroso com o qual reveste boa parte de suas canções.

A nova criação está no repertório do show que a cantora e compositora carioca apresenta, em voz e violão, nesta terça-feira (19), às 19h30, no Teatro Rival. "Gosto muito do formato voz e violão porque me dá liberdade e lembra o início da carreira, quando cantava nos bares", destaca a artista.

"Sendo bem honesta, acredito no amor. Mesmo. Acredito de verdade que a força de um amor é capaz de romper barreiras de tempo, gênero, idade, classe social, política, e criar conexões indestrutíveis! Uma canção de amor precisa ser honesta, simples assim. Aliás, as mais simples são as mais diretas. Atingem as pessoas naquele lugar mais esperado", reforça Isabella, que realiza o lançamento pouco mais de um ano depois de "Repito", seu último single.

A nova canção chega ao público justamente num momento em que políticos mal-intencionados tentam invalidar a oficialização das relações homoafetivas.

Coincidências à parte, Isabella a considera, sim, uma resposta a tudo que vem acontecendo. "O refrão desta canção já estava pronto em 2018 e, na procura por material inédito nos meus arquivos, fiquei surpresa ao encontrá-lo e decidi terminar a música. Quando eu olho minha família e vejo tanto amor e dedicação, me pergunto: por que não nos deixam viver em paz? Por que nossa construção de vida precisa sempre ser chancelada pelo Legislativo, como se eles fossem donos do certo e do errado?", provoca a artista, ressaltando, porém, que não se trata de uma canção política, muito menos questionadora.

"Ela simplesmente fala sobre os planos de um casal e o que ele pensa sobre o amor, mas acaba nos fazendo pensar na razão pela qual se questiona a legalidade de uma relação homoafetiva como a da minha família, que é assim, cheia de luz", pondera.

 

'Críticas não me incomodam como no passado'

As composições próprias de Isabella surgiram por volta de 1998, numa época de incertezas | Foto: Vinicius Mochizuki/Divulgação

Antes de se tornar cantora, Isabella trabalhou em repartição pública e deu aula para crianças carentes. Filha de uma pianista e neta de um cantor de ópera, procurou o curso de soprano apenas para aprimorar a voz, pois já sabia que o que queria era MPB. Foram muitas noites cantando em barzinhos até que suas canções ganhassem mundo, sobretudo as que foram incluídas em trilhas sonoras de novelas.

Isabella filosofa sobre sua trajetória e o sucesso estrondoso logo no início de sua jornada musical. "Fazer sucesso no início de carreira e explodir com algumas canções é uma coisa. Mas permanecer e se tornar uma artista ativa, tendo um grande número de fãs e casas noturnas cheias, é outra. E isso tem um valor inestimável pra mim. Acho que em 20 anos eu amadureci. As críticas não me incomodam como no passado. Hoje, o mais importante é manter a conexão que eu tenho com o público, conseguir me renovar artisticamente e permanecer fiel àquilo que eu sempre tive desde o início da carreira, que é a minha verdade. Com ela eu canto, componho, me apresento e me conecto com meus fãs'", pondera Taviani.

São 20 anos de carreira fonográfica mas, ela deixa claro, começou a cantar nos primeiros bares aos 18 anos. As composições próprias surgiram por volta de 1998, 1999, numa época de incertezas e do fim de um relacionamento de 15 anos. Aquele período, em que sentiu a necessidade de expressar seus sentimentos, a direcionou para o que sempre quis: compor, cantar e emocionar as pessoas, fazendo com que tanta gente venha se identificando com suas letras e melodias.

E neste público tão diverso não poderia faltar uma grande parcela LGBTQIAPN+ , comunidade da qual faz parte. Mas Isabella confessa que, embora sempre tenha composto músicas pensando em suas vivências e histórias, não imaginava que a identificação por parte deste público fosse tão grande. E teve uma grata surpresa ao receber uma mensagem no seu Instagram sobre o Dia da Visibilidade Lésbica.

"Achei muito interessante porque muitas pessoas estavam ali me aplaudindo e ao meu trabalho, e teve uma menina que falou 'Meu Deus que mulher é essa, que cantora maravilhosa é essa que eu não conhecia?', ao que uma outra respondeu 'Amore, é a Isabella Taviani, foi a primeira a cantar o universo lésbico da forma mais incrível. Ela que me abriu os olhos para meus sentimentos, onde eu realmente me situava, o que eu queria da minha vida. Ela foi tipo o mito sexual de um monte de lésbicas'", surpreendeu-se Isabella que, num show recente, conheceu duas meninas que tatuaram o código de barras da música "A Canção que Faltava", música que se tornou a canção do casal. "É muito amor, e isso é maravilhoso!", entusiasma-se.

SERVIÇO

ISABELLA TAVIANI - VOZ E VIOLÃO

Teatro Rival (Rua Álvaro Alcim, 33 - Cinelândia)

19/12, às 19h30

Ingressos: Setor A - R$ 160 e R$ 80 (meia) | Setor B - R$ 140 e R$ 70 (meia)

 

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