Por: Affonso Nunes

Uma guitarra de muitos sotaques

Will Magalhães | Foto: Luiz Brown/Divulgação

Trazendo um caldeirão de influências que aproxima o rock progressivo do jazz, o blues ao Clube da Esquina e ao Azymuth, o guitarrista, compositor e produtor musical mineiro Will Magalhães apresenta seu excelente álbum de estreia solo "Impressões", já disponível em todas as plataformas de música.

Composto por sete temas, seis instrumentais, o projeto é uma vigorosa viagem sensorial que abrange uma variedade de timbres, um espectro sonoro que dá protagonismo à guitarra do artistas mas que também faz uso dos sintetizadores, instrumentos de sopro e de percussão com grande destaque. O artista apresenta uma interessante releitura de "Blackbird", clássico de Lennon e McCartney mas sem abrir mão da brasilidade. Brasilidade muito expressa em outro destaques do trabalho: a faixa "Groove pra Iemanjá", um ijexá de cores jazzísticas.

Sonoridade madura

"'Impressões' é um álbum que traz uma sonoridade mais madura, rico em ritmos, timbres e melodias, com raízes profundas na música brasileira, imersas na linguagem do jazz contemporâneo, com influências do blues e do rock", explica o músico que tem nos guitarristas Toninho Horta e Ricardo Silveira (músico da banda de Milton Nascimento por muitos anos) suas duas maiores influências no instrumento.

"Como um artista mineiro, bebo nas fontes da música do meu estado, especialmente na guitarra de Toninho Horta. Muito disso que se deu através dos anos de estudo na "Bituca - Universidade de Música Popular, em Barbacena, através de forte pesquisa de repertório e convivência com outros músicos e mestres que estudam e/ou trabalham com o Toninho", admite.

"Com o Ricardo Silveira, que é outro expoente da guitarra brasileira, a historia é diferente. Desde que cheguei no Rio de Janeiro, em 2014, tenho criado uma relação de proximidade com o Ricardo, indo a inúmeras apresentações dele e fazendo uma escuta atenciosa nas suas gravações. Sempre com muita atenção em todos os detalhes que permeiam a sonoridade deste grande músico", conta Will. "Certamente, é a partir daí que surge a influência. Por outro ângulo, a trajetória profissional de Ricardo Silveira como guitarrista sideman tambem é algo admirável e que inspira qualquer outro instrumentista que trabalha com a MPB e a música instrumental", reforça.

Além do trabalho solo, Will Magalhães integra o renomado Sexteto Sucupira e coleciona em sua carreira colaborações com diversos artistas e grupos, desde ícones da MPB e do jazz até nomes proeminentes do universo do samba e do pop. Ele já compartilhou o palco com artistas como Jane Duboc, Ney Matogrosso, João Donato, Fernanda Abreu e muitos outros.

O álbum foi gravado na Bituca - Universidade de Música Popular, em Barbacena, com produção de Nema Antunes, que também assina os baixos, junto de uma banda formada por Max Dias (baixo), Marco Brito (teclado), Erivelton Silva (bateria), André Fróes (bateria), Licinho (percussão), Marcelo Martins (sax/flautas), Breno Mendonça (sax), Fernanda Santanna, Hilreli e Ciro Belucci (vocais). A mixagem e masterização foram realizadas por Fabrício Mattos, um profissional laureado com dois prêmios Grammy Latino e sete indicações.

Agora, ele consolida sua trajetória em álbum autoral que mostra toda sua versatilidade como criador e prepara a turnê de lançamento.

 

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