Chega nesta terça (6) às plataformas digitais uma obra-prima que já deveria estar disponível ao público por mais tempo. Trata-se do álbum "Brasão Orfeu", do saudoso Wilson da Neves (1936/2017), disco que completa 10 anos de lançado em 2024 e permanecia inédito no streaming. Mais que um disco, um documento histórico.
Indicado ao Grammy Latino em 2004, "Brasão Orfeu" teve produção artística do compositor Paulo César Pinheiro. O álbum reúne canções de Wilson das Neves com parceiros do mais alto quilate como Aldir Blanc, Paulo César Pinheiro, Délcio Carvalho e Nei Lopes.
Em mais de 50 anos de carreira como baterista, Das Neves, como era conhecido, foi um músico de estúdio siolicitadíssmo. Participou da histórica gravação de "Coisas" (1965), do maestro Moacir Santos, tocando bateria em todas as faixas. Atuou em mais de 800 gravações e acompanhou artistas como Carlos Lyra, João Donato, Ney Matogrosso, João Bosco, Maria Bethânia, Nara Leão, Elza Soares, Gal Costa, Emílio Santiago, Nelson Gonçalves, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Tom Jobim e Miúcha, Elis Regina, Egberto Gismonti, Wilson Simonal, Elizeth Cardoso, Roberto Carlos, Francis Hime, Taiguara e Sérgio Sampaio, entre vários artistas da MPB, além de internacionais como Michel Legrand, Toots Thielemans, Sarah Vaughan e Sean Lennon. Isso sem contar as quase três décadas em que gravou e tocou na banda de Chico Buarque.
Wilson das Neves foi por décadas ritmista da Império Serrano e acompanhou grandes nomes do gênero como Alcione, João Nogueira, Beth Carvalho, Cartola, Nelson Cavaquinho, Clara Nunes, Roberto Ribeiro, Martinho da Vila e muitos outros.