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Thati Dias: 'Aproveitei a oportunidade para experimentar sons'

Thati trilha diversas linguagens musicais em 'Soturna' | Foto: Kelly Oliveira/Divulgação

"Soturna", primeiro álbum da cantora, compositora e instrumentista Thati Dias, é uma jornada íntima através das camadas da mente e da emoção, guiada pela voz suavemente potente e composições profundas. Desde 2020, a artista vem moldando meticulosamente esse trabalho, em colaboração com os produtores. No cerne de "Soturna" estão temas ansiedade e depressão, entrelaçados com arranjos intrincados e letras íntimas.

A música é uma poderosa ferramenta de expressão, e Thati a utiliza para abrir as portas da percepção e convidar os ouvintes a mergulharem em suas próprias emoções.

Com participações especiais de Juliane Gamboa, Pretidão, Suntizil, André Severo e outros, "Soturna" traz a essência artística de Thati, com a MPB como seu principal alicerce, mas abre grande espaço para outras sonoridades. As influências de R&B, jazz, MPB e soul são evidentes, mas é na singularidade da voz de Thati, embalada pelos arranjos inspirados, que o álbum se revela um bom achado na cena emergente da MPB, ou melhor, da Novíssima MPB.

A produção de "Soturna" ficou a cargo de Diogo Spadaro e Luiz Bento, dois produtores do interior do estado do RJ, com carreiras extensas, e fundadores dos selos "Isso Não É" e "Quintal Records", respectivamente. "Embora seja meu primeiro álbum solo depois de alguns anos de carreira, aproveitei a oportunidade para experimentar sons, samplers e timbres diferentes, fazendo do processo uma espécie de laboratório desse meu momento artístico. O resultado ficou entre o eletrônico e o orgânico, em algumas músicas dá para sentir uma bateria orgânica, gravada em estúdio como 'Um Labirinto em Cada Pé' e 'Soturna' e em outras percebemos os beats mais duros, como 'Grotão da Penha' e 'Anelis Assumpção'", comenta a cantautora.

Das onze faixas do álbum, nove são inéditas e duas já foram lançadas como single, "Um Labirinto em Cada Pé" (Gui Held e Clima) e "Anelis Assunpção" (Thati Dias), uma homenagem à cantora, filha do inesquecível Itamar Assumpção (1949-2003), ícone da chamada Vanguarda Paulistana.

Em "Soturna", Thati Dias se credencia à uma prateleira alta entre as boas vozes da nova MPB. Seu trabalho é uma ode à vulnerabilidade, à autenticidade e à coragem de enfrentar os demônios internos. Nascida em Macaé, Thati começou a carreira em 2016 cantando em bares e casas de show. Foi vencedora de vários festivais de música autoral, dentre eles o TOCA 2020, com "Desconforto". É fundadora da banda Abufela!, com quem lançou EP, disco, e alguns singles. Odoyá (2019), música mais conhecida da banda, com mais de 100 mil streamings no Spotify. Fundou também a roda de samba Faca N'Agô, da Região dos Lagos. Já fez trabalhos com renomados artistas, como Pedro Luís, Marcos Suzano e Arnaldo Antunes.