Por: Affonso Nunes

Um concerto para o criador do Souza->Bone

Raul de Souza ressignifcou seu instrumento e fez longa carreira musical nos EUA | Foto: Divulgação

Nesta quarta-feira (26), o show "Raul de Souza—>Bone" celebra no palco do Teatro Rival Petrobras o trombonista que mudou a história do seu instrumento e da música brasileira. Inventor do "Souzabone", um trombone com pedal de efeito e quatro (em vez das habituais três) válvulas, o genial Raul de Souza (1934-2021) dividiu a cena com grandes nomes, do calibre dos nossos Airto Moreira, Flora Purim, Sérgio Mendes e dos internacionais George Duke, Freddie Hubbard e Sonny Rollins.

om direção musical do Glauco Sölter, baixista do mestre, a banda é formada por Marcos Nimrichter (teclados), Eduardo Neves (sax tenor), Leonardo Ramiro (trombone), José Arimatéa (trompete), Paulinho Guitarra (no instrumento que usa como sobrenome) e Fofo Black (bateria), com Luana Mallet, Tania Tai e Ella Fernandes incrementando a massa sonora no backing vocal, como gostava Raul. O show tem consultoria artística de Yolaine de Souza, sua viúva, e produção e direção artística de Carol Rosman.

"Queremos levar a música de Raul para muita gente! Estreamos no Manouche e agora vamos nos apresentar no Rival. Paulinho Guitarra se juntará à banda, capitaneada por um dos músicos de sua banda oficial, o baixista Glauco Sölter, que tocou com ele nos seus últimos 15 anos. Estou muito feliz por atender ao convite da Yolaine para realizar este show, que batizamos carinhosamente de Raul de Souza—>Bone", diz Carol. "Que a música dessa noite chegue aos ouvidos dele!".

No repertório, composições que revelam um lado mais dançante e mais próximo da cultura americana do trombonista que viveu 14 anos nos Estados Unidos, onde lançou discos que fizeram sucesso e venderam no mundo todo. "Overture", "Botton Heart", "Sweet Lucy", "Rio Loco", "Don't Ask My Neighbors", "Wild and Shy", "Banana Tree", "Mitchs Boogie", "Aquelas Coisas Todas" e a inédita "Bom Momento", registrada num disco gravado na França há cerca de uma década e jamais lançado.

"É uma balada linda que Raul gostava muito e passou a tocar ao vivo em todas as apresentações. Parece um tema de filme", adianta Glauco, que fica logo saudoso quando o assunto é o band leader. "A sonoridade do trombone dele lembra um veludo e cada nota brilha como um diamante. E além de ter melodias maravilhosas, as suas composições vêm carregadas de um suingue próprio, brasileiro. O Raul trouxe para o jazz uma linguagem de samba que ele aprendeu nas gafieiras cariocas. Ele nasceu em Bangu e vivia nessas rodas. Tocou até com Pixinguinha", arremata o baixista.

SERVIÇO

Raul Souza—>Bone

Teatro Rival Petrobras (Rua Álvaro Alvim, 33 - Cinelândia)

26/6, às 19h30

Ingressos entre R$ 30 e R$ 120