Conhece aquela inédita do Pixinguinha?

Sexto formado por craques da música instrumental apresentam temas desconhecidos do gênio do choro

Por Affonso Nunes

Os músicos do Sexteto do Nunca apresentam temas inéditos encontrados no baú do genial Pixinguinha

O dia 17 de fevereiro de 1973 foi um dia de dor para a música. Morria Alfredo da Rocha Vianna Filho (1897/1973), o Pixinguinha, considerado não o criador, mas o maior gênio do choro. Foi o instrumentista que deu ao gênero sua forma definitiva e algumas de suas maiores obras-primas. No ano passado o público teve acesso a temas inéditos de autoria do genial instrumentista.

"Pixinguinha como Nunca" é o nome do espetáculo que reuniu o exclusivo Sexteto do Nunca formado por Marcelo Caldi (sanfona), Carlos Malta (flauta e sax), Silvério Pontes (trompete e flugelhorn) Marcos Suzano (percussão), João Camarero (violão de 7 cordas) e Henrique Cazes (cavaquinho).

Ator e cantor, Marcelo Vianna assina a direção geral do espetáculo, que volta a acontecer no palco do Teatro Rival Petrobras nesta segunda-feira (10), a partir das 19h30. A formação do sexto tem uma mudança: Rafael Mallmith assume o violão de 7 cordas. O craque Henrique Cazes segue assinando a direção musical do espetáculo.

Na escolha dos músicos que compõem o sexteto, Cazes e Viana miraram um pouco fora do círculo habitual do choro e os arranjos escritos por Cazes dão ênfase a perene modernidade do Gênio do Choro. Um Pixinguinha como nunca se ouviu.

Pode parecer estranho que a obra de um nome tão impressionante da música brasileira, que alcançou tamanho respeito - "Carinhoso", afinal, é tido como um hino não oficial da MPB - tenha ainda trechos de sombra. Henrique Cazes, que mergulhou na música de Pixinguinha há mais de 30 anos - fundou a Orquestra Pixinguinha, que saiu em disco em 1988, registrando as fantásticas orquestrações de Pixinga - vê algumas pistas.

"Pixinguinha é uma figura mitificada, às vezes adorada em imagem, mas sua produção musical ainda não obteve a circulação que merece e sua música, quase sempre, foi rotulada como algo do passado, encobrindo sua atualidade. Esse é o objetivo principal do espetáculo: mostrar um Pixinguinha moderno no século XXI".

Encantamento é palavra repetida pelo elenco do projeto. Pixinguinha como Nunca, genial como sempre.

SERVIÇO

PIXINGUINHA COMO NUNCA - MÚSICAS INÉDITAS

Teatro Rival Petrobras (Rua Álvaro Alvim, 33 - Cinelândia)

10/6, às 19h30

Ingressos entre R$ 39,60 (meia) e R$ 100