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Bons ventos nos trazem Bernardo Lobo

Radicado em Portugal, o cantor e compositor Bernardo Lobo mostra no Manouche as canções de seu novo álbum | Foto: Divulgação

Radicado em Portugal há vários anos, o cantor, compositor e violonista carioca Bernardo Lobo apresenta nesta quinta-feira (22), no manouche, o show de seu último álbum "Bons Ventos", lançado pela Biscoito Fino e produzido por Marcelo Camelo, outro carioca radicado em Lisboa, recebendo Ana Luiza Jobim em participação especial.

Oitavo título da discografia de Bernardo, "Bons Ventos" foi gravado em Lisboa e leva o nome de uma canção inédita do compositor, marcando seus 30 anos de carreira e os 50 de idade. A produção de Marcelo Camelo - que em Portugal tornou-se, a partir dos discos que produziu para sua mulher, a cantora e compositora Malu Magalhães, um produtor super requisitado - é simples e em função das canções. Ele participou da seleção do repertório, faz vocais e toca quase todos os instrumentos no álbum como guitarra, piano, baixo, bateria e percussão e usa como base as levadas de violão do próprio Bernardo.

As oito canções que fazem parte de "Bons Ventos" trazem parcerias de Bernardo com compositores diversos. Tiago Torres da Silva, poeta português que já compôs com Ivan Lins e Francis Hime, aparece em três inéditas. Uma delas é "Vai e Vem", melodia de Humberto Araújo e Bernardo, para a qual o português escreveu a letra, que faz uma analogia entre o samba e o fado. Já Edu Krieger e Moyseis Marques são parceiros antigos. Com Krieger, Bernardo compôs "No Leblon" e o samba com Moyseis chama-se "Arrebentação" e também estava guardado no baú de inéditas. "D.R." é uma parceria bem humorada com Nelson Motta, que fala sobre as discussões que rondam sobretudo as relações amorosas. Com Mú Chebabi, compôs a faixa que abre o disco, "Do Rio de Janeiro".

São estas canções e outras mais como "O Samba Não Morre/Ronco", "No Cordão da Saideira" (Edu Lobo) e "Emoriô" (João Donato) que Bernardo vai mostrar pela primeira vez na sua volta e se apresentar na sua cidade natal.

Vivendo há sete anos em Lisboa, já até com dois filhos nascidos lá, e com um punhado de discos gravados lá e aqui, Bernardo faz de "Bons Ventos" o álbum comemorativo de uma carreira iniciada com múltiplos marcos: o primeiro trabalho como músico, violonista de uma montagem teatral de "Capitães de Areia" que viajou o Brasil inteiro e chegou até Portugal; a primeira gravação como cantor, o frevo "No Cordão da Saideira" no Songbook do pai, Edu Lobo; e os primeiros shows no Rio.

Filho de Edu Lobo e Wanda Sá, com uma trajetória intimamente ligada à canção brasileira, Bernardo construiu parcerias que validam seu enorme talento para a canção com estrelas do quilate de Milton Nascimento, Ivan Lins, Paulo César Pinheiro, Marcos Valle, Seu Jorge, Joyce, Pedro Luís, Moyseis Marques, Abel Silva e Susana Travassos, entre outros, além de já ter dividido palco com artistas como Chico Buarque, João Bosco, Carminho, João Donato e Roberto Menescal, para citar alguns. Tem mais sete álbuns lançados ao longo de sua carreira: "Nada Virtual" (2000), "Sábado" (2006), "Sábado ao Vivo" (2008), "Valentia" (2012), "C'Alma" (2018), "Uma Viola Mais que Enluarada" (2019) e "Zambujeira" (2021). Ao longo dos anos, já se apresentou em muitos palcos mundo afora: Alemanha, Bélgica, Itália, França, Inglaterra, Japão, EUA, Portugal, Suíça e Holanda, além do Brasil.

SERVIÇO

BONS VENTOS - BERNARDO LOBO

Manouche: (Rua Jardim Botânico, 983, - subsolo da Casa Camolese)

22/8, às 21h

Ingressos: R$ 130 e R$ 65 (meia solidária, levando 1kg de alimento não perecível ou livro para doação ao Retiro dos Artistas)