A última (?) fronteira de Gilberto Gil

Com 'Amor Azul, ópera percussiva de inspiração indiana, Gilberto Gil amplia sua musicalidade

Por Gustavo Zeitel e Lucas Brêda (Folhapress)

Gil quase em estado contemplativo na estreia nacional de 'Amor Azul'

Ao estrear a ópera "Amor Azul" no Brasil, na última quinta-feira (29), em uma Sala São Paulo lotada, Gilberto Gil revelou a resolução de sua obra artística, que definiu os rumos da canção brasileira no século 20. E a ópera abrigaria a maximização de tal pensamento - uma espiritualidade irrestrita que ganhou a forma de uma história de amor magnânima e, serenamente, azul.

Composta a partir de 2007 em parceria com o maestro italiano radicado no Brasil Aldo Brizzi, a obra estreou, há dois anos, no auditório da Radio France, em Paris, sendo agora interpretada pela Orquestra Jovem do Estado de São Paulo, o Núcleo de Ópera da Bahia e o Coro Acadêmico da Osesp.

"Amor Azul" conta a história de amor entre Krishna, um deus que seduz todas as mulheres do mundo, interpretado por Josehr Santos, e Radha, mulher sedutora que é ao mesmo tempo apaixonada e atormentada, vivida por Luciana Pansa. Gil é o narrador, Jayadeva, espécie de deus da poesia, e Graça Reis vive Sakhi, amiga e conselheira de Radha, entre outros personagens.