Na medida para os apaixonados de plantão

Como é o novo show de Ed Sheeran, que canta no Rock in Rio após passar pela versão portuguesa do festival

Por Guilherme Luis (Folhapress)

Ed Sheeran no Rock in Rio Lisboa 2024 onde cantou para um público de 80 mil pessoas

Ed Sheeran surge de repente, só com o violão, para apresentar o seu show no Rock in Rio Lisboa. O cantor britanico, que encabeca o Rock in Rio no dia 19 de setembro no palco Mundo da Cidade do Rock dispensa a decoracao no palco. Seu principal aparato e o telao, como se recusasse a teatralidade que hoje domina os shows de musica pop, cada vez mais megalomaniacos, como os de Taylor Swift e The Weeknd, que competem para ter a turne mais enfeitada. Ele sabe que seu principal atributo para encantar as plateias está na voz e nas baladas românticas como "Thinking Out Loud" e "Photograph", trilha sonora de muitos romances na última década. Dessa forma, ele guia a multidão à catarse, aos berros, com lágrimas e beijos.

Foi assim no Rock in Rio Lisboa, há dois meses, onde o britânico encabeçou o dia mais meloso do line-up, cantando para 80 mil pessoas. No entanto, demora para o cantor chegar aos seus sucessos. Atá lá, o público precisa aguentar uma série de músicas pouco conhecidas - Sheeran não emplaca um megahit ha pelo menos dois álbuns e está distante do vivido entre 2014 e 2018, quando seus singles viviam no topo das paradas e tocavam à exaustão em rádios de música pop.

O cantor é tido como a voz dos eternos apaixonados. Em "Shape of You", um dos videoclipes mais vistos do YouTube (cerca de 6 bilhões de visualizações), o cantor narra um amor à primeira vista, carnal e arrebatador. Com ela ganhou o Grammy de melhor performance pop solo. Quem gosta de sofrência tambem tem o artista como ídolo. "Photograph", lancada há 10 anos, trata de um amor que perdura por meio das memórias, enquanto "Give Me Love", de 2011, versa sobre a abstinência de uma paixão.

No entanto, depois de lancar "Divide", o disco mais celebrado de sua carreira pela crítica, Sheeran quis deixar de ser o centro das atenções. Sua discografia seguiu em tom menos radiofônico e mais melancólico, que culminou no seu penúltimo album, "Subtract", projeto que sintetiza uma série de traumas que o cantor viveu nos ultimos anos - a descoberta do tumor de sua mulher, que estava grávida, a morte de um dos melhores amigos e uma acusação de plágio. "O sentimento de perda simplesmente dominou minha vida", afirmou o cantor no documentario "Ed Sheeran: A Soma de Tudo".

O amor não deixou de ser tema central em "Subtract", mas surgiu embalado numa tônica tristonha, quase mórbida. O disco soa mais limpo, sem tantos elementos sonoros como nos trabalhos anteriores. Sheeran deixa a voz ecoar sobre os instrumentos, a semelhanca de como prefere cantar ao vivo.

SERVIÇO

ED SHEERAN

Cidade do Rock (Av. Salvador Allende, 6500 - Barra da Tijuca)

19/9, às 0h no palco Mundo | Ingressos: R$ 795