Um ritual introspectivo para Belchior
Orquestra Petrobras Sinfônica celebra obra do genial Belchior
Nesta sexta e sábado (13 e 14) o maestro Carlos Prazeres e a Orquestra Petrobras Sinfônica voltam a apresentar concertos de sua série que celebra grandes nomes da música brasileira. Desta vez, o público vai conhecer versões sinfônicas de sucessos do compositor Belchior (1946-2017) como "Velha Roupa Colorida", "A Palo Seco", "Como Nossos Pais" e "Sujeito de Sorte".
"Com a intenção de criar um projeto para a Sinfônica de Campinas, tive a ideia de provocar meu amigo João Cavalcanti para pensarmos algo em torno da obra de Belchior. O contraste entre o que ele produziu em vida e a forma rude com a qual se despediu deste mundo, sempre povoou meus pensamentos. O fim de sua vida me faz lembrar a forma como Mozart nos deixou. Ambos tinham em comum a rebeldia e a dificuldade em aceitar padrões impostos pela sociedade. Não se trata simplesmente de um apanhado de músicas com arranjos sinfônicos. É um ritual introspectivo que busca traduzir musicalmente a essência da vida de Belchior", compara o maestro.
O concerto conta com a participação especial do compositor, produtor, cantor e sanfoneiro Marcelo Caldi. O roteiro foi pensado por João Cavalcanti e os arranjos elaborados por Tiago Pallone. A apresentação faz parte de miniturnê iniciada em Salvador, passa pelo Rio e segue para Campinas. "Por anos sonhei em fazer um projeto que desse a Belchior uma roupagem sinfônica. É como se pudéssemos devolver um pouco da majestade que lhe faltou no fim de sua vida", diz o maestro.
A voz lúcida de Belchior foi algumas vezes pouco compreendida em sua época, nos anos 70. Sua obra foge de estereótipos e dialoga com a juventude por meio de canções que debatem de forma profunda sobre amor e questões sociais. Nos últimos anos, suas músicas foram redescobertas por uma nova geração de fãs.
SERVIÇO
BELCHIOR SINFÔNICO
Belchior Sinfônico
Sala Cecília Meireles (Rua da Lapa, 47) | 13/9, às 19h, e 14/9, às 16h | R$ 40 e R$ 20 (meia)