Os discípulos do Zé da Velha

O premiado coletivo Choro na Rua mescla suas pérolas autorais e clássicos do gênero nesta quinta no Rival Petrobras

Por Affonso Nunes

O Choro na Rua divulga o gênero em espaços públicos desde 2016

Hoje com 82 anos, Zé da Velha, o genial trombonista que foi discúlo de ninguém menos do que Pixinguinha (1897-1973), é a inspiração de um dos mais interessantes projetos musicais em curso na cidade: o Choro na Rua. Liderado pelo trompetista e compositor Silvério Pontes, o coletivo foi criado em 2016 para levar a magia da roda de choro para um público maior, ocupando espaços urbanos.

Com seu álbum de estreia, "Obrigado, Zé da Velha!" (2023), o grupo venceu as categorias Melhor Grupo Instrumental e Revelação Regional do Prêmio da Música Brasileira deste ano. Este belíssimo trabalho de resgate deste ritmo tão carioca é a atração desta quinta-feira (3), no Teatro Rival Petrobras.

Os eventos do Choro na Rua são geralmente gratuitos e abertos ao público. Os músicos se reúnem em locais estratégicos, como praças e parques, e realizam apresentações de choro, convidando o público a participar e a conhecer mais sobre esse gênero musical tão rico. O calendário de apresentações do grupo pode ser conferido em ruas redes sociais.

No repertório, composições de músicos do coletivo e grandes sucessos de mestres chorões, como Pixinguinha, Benedito Lacerda, Jacob do Bandolim, Waldir Azevedo, Severino Araújo, Sivuca e Altamiro Carrilho. "Carinhoso" (Pixinguinha e João de Barro) e "Receita de samba" (Jacob do Bandolim) são dois clássicos sempre presentes em seus shows.

"O Choro na Rua começou por acaso. O André Diniz (pesquisador) escreveu a biografia "A menor Big Band do mundo - Zé da Velha e Silvério Pontes 30 anos". Em 2016, lançamos o livro na Livraria Al-farabi (então na Rua do Rosário). Para o dia do lançamento, providenciamos uma roda de samba, para dar uma animada. Deu tanta gente, que não teve espaço pra roda. Então, fomos tocar na rua. Juntou muita gente. E de repente, estavam vendendo cerveja em isopor, na rua para o público da roda. É muito legal tocar na rua. Às vezes eu tocava na rua porque o boteco onde iria me apresentar era muito pequeno. Vendo aquele movimento todo, pensei que seria muito bom tocar pelas praças, para mais pessoas, para renovar o público. E assim criei o Choro na Rua", conta Silvério, que começou a carreira na banda de Luiz Melodia e passou pela Vitória Régia, de Tim Maia, e Cidade Negra, entre outras.

SERVIÇO

CHORO NA RUA - OBBRIGADO, ZÉ DA VELHA!

Teatro Rival Petrobras (Rua Álvaro Alvim, 33 - Cinelândia)

31/10, às 19h30

Ingressos entre R$ 39 (meia) e R$ 110