Almério: 'A música de Cazuza veio me beijar e me salvar'

Caixa Cultural recebe cantor pernambucano para três apresentações de 'Tudo é Amor', show com repertório do disco homônimo dedicado ao repertório de Cazuza

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Almério no show 'Tudo é Amor'

Em que ponto uma voz agreste de DNA nordestino se encontra com a carioquice debochada e roqueira dos anos 1980? Nome de destaque da cena musical brasileira, Almério está pronto para respodender essa pergunta em seu show "Tudo É Amor - Almério canta Cazuza", dedicado a um dos mais celebrados - se não o mais - poeta do Rock Brasilis. O pernambucano se apresenta de sexta a domingo (1 a 3) na Caixa Cultural Rio de Janeiro - Teatro Nelson Rodrigues, revivendo o cancioneiro do compositor carioca e na ótica do álbum homônimo lançado por Almério em 2021.

É a fricção entre a força cênica e nordestinidade de Almério e as canções atemporais de Cazuza, algumas mais atuais do que nunca, como frisa o cantor. "Sempre peço permissão a Cazuza para cantar. Ele me influenciou e eu sempre cantei Cazuza na minha época de cantor de bar. Tenho esse imenso desafio de estar próximo dele, mas também manter a distância para dar a minha energia: E cantando essa poesia que parece até premonitória de tão atual.

No show, ele vem acompanhado de banda formada por Juliano Holanda (guitarra), Rapha B (bateria), Guga Fonseca (teclado) e Roger Victor (contrabaixo), com direção artística de Marcus Preto - um dos incentivadores do álbum. Almério interpreta, à sua maneira, hits como "O Nosso Amor a Gente Inventa", "Minha Flor, Meu Bebê", "Brasil", "Pro Dia Nascer Feliz" e "Exagerado".

A ideia de celebração passa por toda a apresentação, que está dividida em blocos de canções. A surpresa fica por conta de "Luz Negra" (Nelson Cavaquinho) e "Eclipse Oculto" (Caetano Veloso), composições que Cazuza gravou e gostava de cantar, mas que não levam a sua assinatura.

Nascido em 1980 na cidade de Altinho, no Agreste pernambucano, Almério teve o primeiro contato com a obra de Cazuza em 1993, quando o irmão comprou em Caruaru um CD com a coletânea do artista embora não tivesse onde ouvi-lo, pois na casa não tinha aparelho de CD. "Eu ficava lendo e relendo o encarte com as letras, imaginando a força dele. Dois anos depois consegui comprar um discman. A música do Cazuza veio me beijar e me salvar", lembra.

SERVIÇO

ALMÉRIO - TUDO É AMOR

Caixa Cultural Rio de Janeiro - Teatro Nelson Rodrigues (Av. República do Paraguai, 230 - Centro)

1 a 3/11, sexta (19h), sábado e domingo (18h)

Ingressos: Plateia - R$ 40 e R$ 20 (meia) | balcão - R$ 30 e R$ 15 (meia)