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Música para se(re)pensar o mundo

Líder indígena, filósofo, ambientalista, imortal da ABL e agora compositor... e cantor! Ailton Krenak gravou com Diogo Nogueira o single 'Qual Futuro Então Vir'?', canção que teve seus escritos como ponto de partida | Foto: Leo Aversa/Divulgação

As ideias de Ailton Krenak são inspiradores quando se pensa na preservação do planeta. Que o diga Diogo Nogueira que lança "Qual Futuro Então Virá?", single em parceria com o líder indígena, ambientalista, filósofo e imortal da Academia Brasileira de Letras. Ailton Krenak, importante ambientalista e filósofo brasileiro.

Já disponível em todas as plataformas digitais, a canção é inspirada pela sabedoria de Krenak e as raízes de Diogo, num urgente convite ao público para repensar as ações e a transformar a experimentação da vida no presente. A música, que chega acompanhada de um visualizer no canl do artista no YouTube, carrega batidas do samba e se materializa como um grito pela preservação da natureza e futuro da humanidade.

A canção vai de encontro com uma das principais ideias do filósofo: "a Terra não é nossa, nós é que somos da Terra". Esse é um ensinamento que também já vem sendo trabalhado na família Nogueira ao longo dos anos, desde o pai de Diogo, o cantor João Nogueira, com trabalhos como "Forças da Natureza" e "Xingu", e agora se perpetuando nas ações e intenções do artista.

Com uma batida cativante e com a repetição de frases como "Toda consciência foi perdida, o quê que eu faço com a certeza? / Qual futuro então virá?", Diogo Nogueira reforça importantes ideias de Krenak. "Gravar essa música foi muito emocionante, ainda estou nas nuvens", diz o artista. "Ailton é um grande sábio, uma pessoa muito importante na defesa dos povos originários. Estou muito feliz com a participação dele. Podem ter certeza de que cada palavra que ele colocou tem detalhe e importância", afirma Diogo.

"O convite foi uma surpresa. Quando eu vi a letra da música, a surpresa aumentou mais ainda", diz Krenak, que se perguntou como iria se inserir em uma estrutura com outra visão de comunidade. "Na gravação, fizemos uma animada troca de ideias, onde pude ouvir uma música linda que o pai de Diogo fez. Isso me deixou totalmente tomado de sentimentos e me lembrou a imagem do fundo da floresta, que restabeleceu esse sentido de sagrado. Se conseguirmos juntar o lugar com o pensamento, o coração, onde a gente está, conseguimos experimentar isso que ansiamos tanto que é paz. Tomara que a gente se mova e muitas outras constelações de encontros aconteçam", torce.

Diogo ressalta que, através dessa música, ele se propõe a refletir sobre como é difícil viver no seu próprio chão, tendo outras pessoas querendo tomar seu solo politicamente ou agressivamente. "Escrita por três jovens compositores - Inácio Rios, Rafael Massoto e Ramon Torres, além do próprio Ailton Krenak -, ela faz justamente essa pergunta: Qual o futuro virá? Qual é a ordem desse futuro? Como podemos lidar com o mundo não ouvindo a ancestralidade dos povos originários, que são a própria floresta?", questiona Diogo.

O lançamento ganha ainda uma capa feita especialmente por Akuã - design ativista, ilustradora e Pataxó natural da Bahia. Entusiasta de Krenak, a artista o usa como inspiração em seus trabalhos que carregam ancestralidade e resistência em traços.

Krenak é amplamente reconhecido por suas contribuições para a defesa dos direitos indígenas e pela sua profunda reflexão sobre a relação entre os povos originários e a natureza.

Sua obra oferece uma perspectiva única sobre o mundo, baseada em sua ancestralidade e em seus conhecimentos sobre as tradições e cosmologias indígenas. Suas ideias desafiam as noções convencionais sobre a natureza, a sociedade e o desenvolvimento, propondo uma nova forma de pensar o nosso lugar no planeta.