Já é Natal... e não só na Leader Magazine - como nos lembra, ano a ano, um dos reclames mais famosos da publicidade brasileira - mas também nos palcos, espaço de onde Sabrina Korgut jamais arreda o pé. Pudera! É difícil pensar em musical, no Rio de Janeiro, sem lembrar da atriz, que é uma das mais talentosas e prolíficas estrelas do gênero, vide o show que performou em sucessos teatrais como "Cauby Cauby". Neste 19 de dezembro, às 19h, seu vozeirão de veludo há de reverberar pelo Teatro Claro Mais Rio, em Copacabana, no elenco de "Fascinante Natal", ao lado de estrelas de talento coruscante como Jules Vandystad, Analu Pimenta e Fabricio Negri. O repertório em cena é uma evocação ao Papai Noel. Passeia pelo jazz norte-americano e por ritmos brasileiros a reinventar clássicos tipo "Have Yourself a Merry Little Christmas" e "All I Want for Christmas is You", além de "Ave Maria" e "Boas Festas". É Jingle Bell para todo lado, numa performance que festeja a comunhão.
Ao largo de sua trajetória nos palcos, Sabrina criou um projeto para a exibição (em 35mm) de filmes cultuados em Petrópolis, no Teatro Imperial, do qual é diretora ao lado do produtor Paulo Lopez. Há uma nova leva de títulos vindo aí em 2025. Ela antecipa alguns no papo a seguir, ao dimensionar seu histórico com o canto e sua incursão no hinário natalino que celebra a chegada Bom Velhinho.
Qual foi o cancioneiro natalino que fez a sua cabeça (e seus tímpanos) em sua formação como atriz e cantora? O que desse repertório faz parte do espetáculo?
Sabrina Korgut: Acho que é impossível pensar no Natal sem lembrar de "Noite Feliz". É uma canção que sempre esteve presente durante as ceias e no dia do nascimento de Jesus. Acho que "Noite Feliz" é uma música muito emblemática dessa época. No espetáculo, buscamos incluir praticamente todas as canções natalinas conhecidas, aquelas que despertam memórias afetivas e trazem o espírito de comunhão, paz e celebração junto aos nossos entes queridos.
O que esses hits de Natal mais revelam sobre a cultura dos standards, sobretudo os americanos? De que forma a temática natalina se renova e oxigena o cancioneiro pop?
As canções natalinas mostram como os standards americanos conseguem criar pontes entre culturas, ritmos, melodias e poesias, que são interpretadas por pessoas ao redor do mundo, em diferentes línguas. Essas músicas permitem releituras que conectam o tradicional ao contemporâneo e moderno, já que suas melodias e harmonias oferecem essa flexibilidade para novas interpretações.
Há algum hit natalino brasileiro que você cante ou de que goste?
Não acho que haja um hit específico. No espetáculo, apostamos em algo diferenciado, com arranjos vocais a quatro vozes e momentos emblemáticos de solos. Incluímos grandes temas que se eternizaram nas vozes de ícones como Frank Sinatra, Michael Bublé, Judy Garland e Mariah Carey. São músicas imortais, e o espetáculo é uma grande celebração da beleza dessas composições.
Você é uma das mais respeitadas (e prolíficas) estrelas de musical no Brasil. De que maneira essa indústria se mantém hoje? Que novos musicais estão nos seus planos para 2025?
Hoje em dia, o teatro musical conseguiu se consolidar no Brasil. O mercado está mais aberto e o público mais receptivo. Isso tem permitido a realização de produções estrangeiras e o fortalecimento de espetáculos autorais nacionais. Essa união de música, dança e atuação é o que define o teatro musical, e o interesse crescente tem atraído novos profissionais e jovens que querem aprender mais sobre essa profissão. Em 2025, voltaremos com "Elas Brilham", que foi um verdadeiro fenômeno. Em 2024, fizemos uma das maiores turnês de musicais no Brasil, passando por 13 cidades. Em 2025, teremos uma temporada curta no Teatro Claro Mais Rio, no Rio de Janeiro, com esse espetáculo que celebra o feminino.
Como tem sido a experiência com filmes em Petrópolis e o que está programado para 2025?
O projeto de cinema em 35mm é um resgate histórico, especialmente para os apaixonados pela sétima arte, já que esse formato é considerado o mais tradicional da história do cinema. Temos grandes parceiros, como o CTAv e a Ancine. Ainda não definimos o cronograma completo dos filmes, pois se tratam de obras raras, e há toda uma burocracia e cuidado por parte das entidades para a cessão dessas películas, que são verdadeiros tesouros. Para 2025, já temos programados filmes como "Deus é Brasileiro", com Antônio Fagundes e direção de Cacá Diegues; "Chuvas de Verão", além dos documentários "Cabra Marcado Para Morrer" e "Janela da Alma". Será uma programação especial no Cine Teatro Imperial.