Maria Gadú está completando 20 anos de estrada e nesta sexta-feira (20) a cantora e compositora se despede da turnê "Quem Sabe Isso Quer Dizer Amor" com apresentação no Circo Voador.
Após um tempo dedicado longe dos palcos e dedicado a estudos da história do Brasil e acompanhando a luta indígena de perto com o intuito de aprender e colaborar, Gadú pôde rever sua relação com a música e esse show representa a sua própria passagem pelo tempo.
Durante esse período sabático, Gadú mergulhou em estudos de antropologia e no ativismo ambiental. Viajou o mundo espalhando a palavra ao lado de Sonia Guajajara (atualmente, Ministra dos Povos Indígenas), gravou a série "O som do rio", no Rio Tapajós, no Pará, lançou o single "Pássaro d'água", com sons captados da mata, e o clipe "Mundo líquido".
E cantou ainda em alguns eventos dedicados a arrecadar dinheiro para povos indígenas e divulgar campanhas políticas de forças progressistas. Antes disso, no auge da pandemia, Gadú morou na Amazônia. Ocupou a linha de frente de um movimento de coalisão. Ficava plantava no aeroporto para garantir que o oxigênio chegasse às comunidades indígenas do Rio Negro. É dos povos originários daquela região, aliás, que ela descobriu ter ascendência.
Passado este período longe dos palcos, ele iniciou a turnê em que apresenta seus grandes sucessos com uma nova roupagem, como "Shimbalaiê", "Dona Cila" e "Bela Flor", e algumas regravações de grandes nomes da MPB, como a faixa que dá nome ao seu último disco, composta por Milton Nascimento, e a clássica "Lanterna dos Afogados".
Músicas de álbuns passados que também não estavam presentes nos palcos agora entraram no repertório. E isso só mostra que Maria Gadú sempre foi uma artista que não se prende a fórmulas fáceis.
"Esse show passeia por toda a minha discografia, como uma linha do tempo também. Tem canções de todos os discos e coisas que gravei, mas não costumava cantar em show. É um concerto nostálgico, daquelas coisas para matar saudades mesmo, tanto minha, quanto do público", diz a cantora.
A paulistana Maria Gadú começou a tocar violão ainda criança e a compor na adolescência. Mudou-se para o Rio de Janeiro em 2006, onde começou a se apresentar em bares e casas de show e chamou atenção por seu ecletismo musical. A artista tem seis álbuns de estúdio e quatro DVDs lançados desde sua estreia fonográfica em 2009. Ao longo de sua carreira, Gadú colaborou com projetos de artistas renomados como Caetano Veloso, Milton Nascimento, Lenine e Ana Carolina, o que consolidou ainda mais seu nome no cenário musical brasileiro.
SERVIÇO
MARIA GADÚ
Circo Voador (Rua dos Arcos s/nº - Lapa)
20/12, às 22h (abertura dos portões às 20h)
Ingressos esgotados