Música para todos os sentidos

Amanda Mittz proporciona experiência imersiva em seu projeto 'Libras Dance', que une múica e tecnologias inclusivas

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Deficiente visual, Amanda Mittz defende que a música seja uma arte inclusiva para todas as pessoas

Artista de música pop e precursora em trazer acessibilidade para a música, a cantora, compositora e produtora musical Amanda MIttz é uma pessoa com deficiência visual e, desde que se empoderou disso, tornou essa sua bandeira. A artista apresenta nesta quarta e quinta-feira (4 e 5), no Solar Botafogo, o projeto "Libras Dance", uma pesquisa colaborativa entre ela, uma performer surda, uma coreógrafa e dançarina e uma intérprete de Libras ouvinte. O espetáculo contempla ainda uma instalação artística inclusiva e sensorial.

"Libras Dance" nasceu do desejo de Amanda em unir sua música (pop eletrônico com influências de house e anos 1980), à beleza e expressividade da Língua Brasileira de Sinais. Para apresentar o resultado da pesquisa, que envolve também gravações em áudio e vídeo, a proposta contempla uma instalação multi-sensorial: Uma projeção de conceito arte pop, que combina visualmente a música com uma coreografia de movimentos de Libras. Os visitantes serão convidados a vestir coletes especialmente projetados para vibrarem em sincronia com a música, permitindo que eles sintam a batida e a energia das músicas através dos movimentos de dança e da vibração dos coletes.

"A ideia de fazer essa pesquisa nasceu a partir da convivência com diferentes performers surdos com quem trabalhei nos meus shows. Meu desejo é que a comunidade surda tenha uma nova forma de vivenciar a música e que essa forma seja compartilhada com todas as pessoas. O acesso à música é um direito de todos", defende a artista.

"Quando a Amanda me apresentou a ideia da pesquisa, no mesmo momento imaginei a experiência. Acho fundamental para a convivência humana apresentar projetos e soluções inclusivas. Fazer isso por meio da arte é um presente. A experiência da instalação é também um holofote para que as pessoas vivenciem, comentem e cobrem mais editais e leis que permitem a realização deste e de outros projetos revolucionários no campo da acessibilidade"", comenta Thais Bernardini, diretora do projeto.

A data escolhida para a experiência não foi escolhida em vão: em 1992, a Organização das Nações Unidas (ONU) proclamou o 3 de dezembro como o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência. O objetivo da ONU é que todos os países membros comemorem a data, gerando conscientização, compromisso e ações que promovam os direitos das pessoas com deficiência.

As linguagens já usadas, que serão aprofundadas na pesquisa são: a música de Amanda com mixagem em 3D, libras aplicada com dança (libras dance), auto descrição e áudio descrição, projeções e iluminação em 3D, mochilas vibratórias para surdos e aromas que estimulam nossos sentidos.

Seu primeiro álbum autoral, "Acesso", lançado através do edital Natura Musical, ganhou novos contornos com o lançamento do "Acesso Ao vivo", um audiovisual com novas técnicas de acessibilidade e o minidoc "O Acesso é Livre".

Em 2022 fez uma turnê de onze shows pelo estado de SP pelo edital "Proac Circulação". Já em 2023, faz sua estreia como atriz na novela "Todas as Flores" (Globoplay).

SERVIÇO

AMANDA MITTZ | LIBRAS DANCE - A EXPERIÊNCIA

Solar de Botafogo (Rua Gen. Polidoro, 180)

4/12, das 17h às 21h*

5/12, das 13h às 21h*

*Sessões de 10 minutos limitadas a oito pessoas

Entrada franca

INGRESSOS: Entrada franca