Um cometa setentista
Novo álbum do mineiro Marcelo Kamargo traz influências do Clube da Esquina, Tropicália, MPB dos anos 1970
"Cometa" é o título do sexto trabalho de Marcelo Kamargo, compositor, violonista e intérprete mineiro. Neste novo projeto, o artista se reconecta com suas referências do Clube da Esquina, Tropicália e da MPB dos anos 70. Marcelo investiu na sua criatividade, buscando o universo musical e poético como porto seguro, para pavimentar um caminho para as novas canções, que foram incluídas, primeiramente, no álbum "Louvação" (2023) e, agora, no novo trabalho.
As canções deste novo álbum, lançado pelo selo Kuarup, trazem reflexões sobre a solidão, a esperança, o poder do amor como força para pavimentar os caminhos para a felicidade.
Kamargo surpreende pela versatilidade e domínio dos variados gêneros e ritmos da MPB. Ele, que já trilhou pelas raízes da música mineira, desde o vale do Jequitinhonha até o Clube da Esquina, nos discos "Clarão da Noite" (2001) e "Zerundá" (2004), e lançou um disco eclético "Além do Sol" (2008), flertando com o pop e o jazz latino, voou livre, também, no inusitado disco "Samba é Amor" (2021), elogiado pela crítica, em virtude do resgate do verdadeiro samba raiz em suas variadas vertentes.
E, agora, como complemento de sua imersão na seara da nova MPB apresenta um álbum repleto de referências de suas influências advindas do rock e pop nacional setentistas forjado por Raul Seixas, O Terço, Mutantes, Rita Lee, Sá & Guarabira, Azimuth e Roupa Nova entre outros.
Ricardo Gomes, amigo e parceiro de Marcelo Kamargo, comandou os arranjos, produção musical e assina, ainda, os baixos, violões, guitarras, pianos e coros do álbum. O disco músicos Léo Pires e Ivan Bahia (baterias e percussão), Christiano Caldas e Lucas de Moro (teclados) e Fillipe Glauss (guitarra). As cantoras Ana Espí e Luísa Espí dividem com Kamargo as participações especiais nas interpretações.
"Cometa" é, metaforicamente, dois lados de uma mesma moeda. Se por um lado apresenta canções onde o DNA do Clube da Esquina pode ser percebido subliminarmente nas harmonias e melodias tais como "Chuva Arada", primeira parceria de Marcelo Kamargo com o poeta mineiro Kaique Fortes, de outro lado, mergulha com vigor nas referências da sonoridade progressiva das bandas do rock nacional nos anos setenta, na faixa-título e em "Talvez", "Meu Lugar", "Criaturas da Noite", "Noite Vadia", "Sapato Velho" e "Meus Guardiões".