O último dia do Lollapalooza 2025 foi a prova de que é possível um festival se aperfeiçoar durante sua própria execução. Apesar das previsões apontarem chuva, o tempo ficou firme e o sol brilhou sobre o Autódromo de Interlagos. Com o tempo firme, o último dia do Lolla 2025 ficou marcado por uma organização impecável e um gama de possibilidades muito ampla de artistas, causando no público aquela dúvida boa de: ‘o que assistir agora?’. Para onde se olhasse, via-se gente indecisa sobre qual show correria para ver. As atrações do domingo (30) estavam afiadíssimas, criando um dos mais belos dias já registrados do festival.
Assim como o sábado (29), foi possível reparar que havia por lá um público mais ansioso por viver um Lollapalooza do que efetivamente assistir um nome em específico. Claro que o grande show da noite foi o do ícone do Pop Justin Timberlake, mas quem foi até o autódromo vibrou com o show de despedida do metal brasileiro de ‘Sepultura’, assim como a nostalgia indie do ‘Foster The People’, que embalou o show com seus hits que já passaram pelos ouvidos de todos ao menos uma vez na vida.
Sobre o ‘Foster The People’, é preciso destacar que a banda sintetizou perfeitamente um clássico show indie, daqueles que os públicos de outras edições do Lolla lembram com bastante saudosismo e comentam por gerações. Seus hits trouxeram de volta as baladinhas mais famosas de São Paulo na década passada, passando uma energia sensacional ao público.
Duas boas surpresas do último dia foram a banda Tool, que fez um show bem direto e convincente, e o ‘Parcels’. Esse último, formado por australianos, pegou de surpresa uma boa turma que não conhecia sua música e encantou o público com seu eletropop e o quase hit ‘Tieduprightnow’.
Já a banda Tool veio ao palco fazer valer seus quase 40 anos de carreira, com um rock progressivo sensacional que fez valer a ansiedade dos fãs.
"Foi meu primeiro Lollapalooza, então me surpreendi muito com a organização do evento. Estava maravilhoso! Eu vim pra ver Tool, e foi muito incrível. O som estava perfeito. Depois, vi a despedida de 'Sepultura' e o Justin Timberlake. Amei e espero poder voltar em outras edições", disse Vanessa Loiola, de 28 anos, que trabalha como garçonete.
O Sepultura foi outro grupo que saiu do palco com a sensação de ter feito história. Os brasileiros se consolidaram como uma das bandas de metal mais influentes dos últimos anos e estão em uma turnê de despedida. Tocando seus sucessos, eles conseguiram não apenas agradar os fãs, extremamente fiéis, mas também o público-geral, que vibrou e bateu cabelo com ‘Lose Control’ e outros hits. A galera que estava lá sabia que provavelmente era uma das últimas oportunidades de ver a banda nos palcos, então aproveitou cada segundo.
Por fim, Justin Timberlake dispensa apresentações. O americano é uma máquina de hits e sabe exatamente como mexer com o público. Passando pelos principais sucessos de sua variada carreira, Timberlake promoveu uma viagem no tempo auditiva, criando uma experiência sensacional de ser vivida. Cada era dialogava com um público diferente, mexendo com memórias e ritmos para conquistar as várias gerações que conviviam naquela plateia.
"Eu vim para ver o Justin Timberlake, então estava na maior ansiedade. E o show dele foi top 3 de apresentações mais incríveis que já vi na vida. Em questão de presença de palco ele é incomparável. A sensação foi de colocar um daqueles CDs antigos e viajar diretamente para os anos 2000. Foi meu primeiro Lollapalooza, então acho que comecei com o pé direito. Valeu muito a pena!", afirmou Isabelle Garcez, fisioterapeuta de 25 anos.
E quem foi aos três dias conseguiu perceber como a organização foi realmente melhorando. Apesar de muito cheio, o último dia teve filas organizadas, banheiros limpos e com ótima rotatividade e muitos vendedores espalhados pelo festival. Então, mesmo fazendo bastante calor, sempre havia alguém com água, refrigerante, energéticos ou bebidas alcóolicas próximo, incluindo durante os shows. Pode não parecer muita coisa, mas ter acesso a bebidas geladas em meio a aglomerações faz muita diferença e evita acidentes. As sinalizações também melhoraram e as equipes pareceram mais orientadas. Foi um dia para ninguém botar defeito.
Com esse resgate do ‘espírito do Lolla’, organização ajustada e atrações espetaculares, o último dia do Lollapalooza 2025 foi um dos melhores dentre as últimas edições e deixou o público ansioso pela edição 2026.
*Com supervisão de Pedro Sobreiro