Marcel Powell sobe ao palco do Teatro Rival Petrobras no dia 3 de abril para apresentar "Musicalidade Negra", seu mais recente espetáculo. Com mais de três décadas de trajetória como violonista e compositor, ele propõe uma viagem pela obra de grandes nomes da música brasileira, destacando a contribuição de artistas negros e explorando, por meio da sonoridade, reflexões sobre racismo e identidade cultural. A cantora, compositora e instrumentista Nilze Carvalho participa da apresentação, acrescentando sua voz ao tributo.
No repertório, Marcel revisita clássicos como "O Mem do Mar", de Dorival Caymmi; "Estácio Holly Estácio", de Luiz Melodia; "Consolação", parceria de seu pai, Baden Powell, e Vinicius de Moraes; "Travessia", de Milton Nascimento e Fernando Brant, além de "Lamento Sertanejo", de Gilberto Gil e Dominguinhos; e "Eu e a Brisa", de Johnny Alf. Para renovar essas obras, o músico cria novos arranjos para violão solo, conferindo uma leitura contemporânea às composições. Nilze Carvalho, por sua vez, interpreta sambas como "Doces recordações", de Dona Ivone Lara e Délcio Carvalho, e "Refém da Solidão", de Baden Powell e Paulo César Pinheiro.
Criado em um ambiente em que o choro e o samba eram parte do cotidiano, Marcel Powell cresceu cercado por referências musicais que moldaram sua identidade artística. Filho de um dos maiores violiistas do mundo, ele carrega no nome uma linhagem marcada pela música, que remonta a seu bisavô Vicente Tomás de Aquino, maestro pioneiro no interior fluminense. Aquino foi responsável por formar a "Orquestra Negra", um conjunto composto exclusivamente por músicos negros escravizados, iniciativa singular em sua época. Esse legado se reflete no trabalho de Marcel, que, ao longo dos anos, consolidou sua própria assinatura como instrumentista e intérprete.
SERVIÇO
MARCEL POWELL - MUSICALIDADE NEGRA
Teatro Rival Petrobras (Rua Álvaro Alvim, 33 - Cinelândia)
3/4, às 19h30
Ingressos entre R$ 42 e R$ 120
